A Alemanha continua reafirmando sua oposição a títulos compartilhados da Zona do Euro, mas analistas dizem que a região já está se dirigindo a uma responsabilidade mútua implícita para dívidas nacionais e que Berlim ficará sob uma pressão crescente para aceitar a proposta do eurobônus.
O complexo sistema de pagamento da região TARGET2, que recebe os fluxos de pagamento entre os Estados-membros da Eurozona, sugere que já há um bom acordo implícito de compartilhamento de risco nas estruturas regionais, sem mencionar a exposição do Banco Central Europeu (BCE) às dívidas de países periféricos.
O compromisso compartilhado pode ficar aquém do risco tomado que títulos compartilhados preveem, em que um país é responsável pelo não pagamento de dívida do outro. Mas analistas dizem que o aumento de desequilíbrios no sistema — com o BCE substituindo os empréstimos do setor privado que secaram para países periféricos — reflete o último de uma série de passos de combate à crise que têm aumentado a integração regional.
A Grécia e outros países endividados da Zona do Euro estão acumulando no Bundesbank (banco central alemão) por meio do BCE, o que ilustra como o destino da Alemanha foi interligado aos dos Estados periféricos.
“Na medida em que crescem esses ativos ou pedidos e compromissos face-a-face com outros Estados-membros, significa que você fica mais e mais envolvido nos negócios uns dos outros e isso está dizendo, basicamente, que você está caminhando gradualmente para uma união fiscal”, disse o economista sênior de marcado do Rabobank, Elwin de Groot.
O Tesouro da Espanha garantiu ontem que o país está em uma posição bastante forte para pagar os títulos de dívida que vencem em breve, em meio a exames minuciosos sobre o nível de sua dívida e planos de resgatar seus bancos.
“Estamos em uma posição bastante forte (para pagar a dívida que vence em breve)”, disse Ignacio Fernandez Palomero, vicediretor de dívida pública no Tesouro, destacando resgates em julho e novembro, quando a Espanha tem grandes volumes vencendo.
Fonte: Brasil Econômico/ Reuters/ Ana Nicolaci da Costa/ Manuel Maria Ruiz – 29/05/2012