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A zona do euro deverá continuar sufocando a demanda global nos próximos meses, segundo projeções feitas por analistas. A alta do desemprego em julho e mais inflação em agosto pioram as perspectivas de consumo na região, com as famílias sendo levadas a intensificar o corte de despesas nos segundo semestre.
 
O sentimento dos consumidores na periferia da zona do euro está somente um pouco acima do seu nível recorde de baixa, e nas economias centrais diminuiu bastante recentemente.
 
Um fator-chave nesse cenário é a situação do mercado de trabalho. Em julho, o número de novos desempregados foi de 88 mil pessoas na zona do euro – menos se comparado à média mensal de 174 mil no primeiro trimestre do ano. Mas a taxa de desempregados continua em 11,3%. A Alemanha registrou alta do desemprego pelo quinto mês, embora a taxa esteja bem abaixo em relação com o resto da zona.
 
Pesquisas mostram que as companhias europeias continuam hesitando em contratar novos funcionários. A confiança se deteriorou em todos os setores. Na indústria, por exemplo, a atividade continua a ser revisada para baixo em resposta a menor demanda. A crise da dívida alimenta um clima de incerteza agora também na Alemanha, com os executivos inquietos quanto à evolução de suas exportações e investimentos.
 
O declínio no sentimento do consumidor europeu reflete em parte, também, a subida da inflação em agosto, que passou de 2,4% para 2,6%, na primeira alta em um ano. A Espanha, que sofreu forte queda de confiança dos consumidores, teve também maior alta de inflação, de 2,2% para 2,7% em termos anuais.
 
As recentes subidas dos preços do petróleo e das commodities agrícolas sugerem que a baixa esperada da inflação será mais lenta do que as autoridades previam, o que não deixa de ser mais uma má notícia para os consumidores. Certos analistas na região, inclusive, já elevaram as projeções de inflação em meio ponto percentual – para 2,5% e 1,2% em 2012 e 2013, respectivamente.
 
Para analistas do Société Générale, a taxa de inflação não deve frear uma eventual decisão do Banco Central Europeu (BCE) de cortar a taxa básica de juro em 25 pontos base, para 0,5%, em sua reunião nesta quinta-feira.
 
“Sem confiança, não há crescimento”, repetem os analistas do BNP Paribas, em Paris, notando que a baixa no indicador de sentimento econômico (ISEW) em agosto sinaliza uma nova contração do PIB em setembro. No entanto, a confiança pode se beneficiar de “um choque positivo” com as medidas prometidas para frear a crise, por parte das autoridades monetárias e fiscais europeias, acrescenta o Paribas.
 
Por sua vez, a economia dos Estados Unidos pelo momento apenas desacelera. Saiu de crescimento de 3% no final de 2011 para cerca de 1,5% em ritmo anual no segundo trimestre de 2012. É melhor do que a Europa, mas insuficiente para baixar o desemprego. São 13 milhões de americanos desempregados, ou 8,3% da população ativa do país, no mês de julho. Analistas notam que a tendência econômica no terceiro trimestre deste ano é de atividade bastante lenta, como nos meses precedentes.
 
Com a demanda global permanecendo fraca, o mercado do trabalho e a confiança dos consumidores são afetados também nos países da Ásia, principalmente nas economias mais orientadas para exportação.
 
Analistas continuam a ver riscos para a expansão forte do PIB da China este ano. Na Índia, a demanda doméstica desacelerou e o mercado continua esperando corte de 100 pontos base na taxa de juros nos próximos meses. O consumo no Japão também diminuiu e analistas veem agora um cenário que exige novo plano de estímulo do governo japonês.
 
Fonte: Valor Econômico/ Assis Moreira – 03/09/2012

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