O seu navegador está desatualizado!

Atualize o seu navegador para ter uma melhor experiência e visualização deste site. Atualize o seu navegador agora

×

 

Enquanto os sinais de desaceleração da economia mundial se acumulam, um dos poucos movimentos que podem ajudar a zona do euro ocorre como reflexo da própria crise: a contínua desvalorização da moeda comum europeia.
 
Na sexta-feira, o euro ficou próximo de seu mais baixo nível em dois anos e fechou em US$ 1,22. Desde o pico do ano passado, a moeda perdeu 18% do valor ante o dólar americano e 14% em termos efetivos (trade-weighted basis) em relação aos principais parceiros.
 
Esse movimento no câmbio deixou a zona do euro no nível mais competitivo em nove anos nos seus principais mercados de exportação, conforme levantamento de Jonathan Loynes, da consultoria Capital Economics, de Londres.
 
A esperança é que esse euro competitivo tenha, assim, forte influência no desempenho das exportações dos 17 países da união monetária em quatro a cinco meses, reacelerando a taxa de crescimento das vendas.
 
Isso daria fôlego à economia da zona do euro como um todo e nas combalidas Espanha e Itália, em particular. Mas analistas ressalvam que, evidentemente, não colocaria fim aos problemas da união monetária.
 
“A fraqueza do euro é na base uma consequência dos problemas da região, e não uma solução para eles””, avalia Loynes.
 
Primeiro, o euro mais fraco não melhora a competitividade das economias periféricas como Espanha, Itália, Portugal, Grécia e Irlanda em relação aos grandes países da zona, e que são geralmente seus principais mercados. Nesse caso, o efeito é modesto.
 
Segundo, a situação do euro vem no rastro da deterioração da atividade na união monetária. As perspectivas são de contração neste ano. Pelo momento, as encomendas para exportação continuaram em queda.
 
Hoje, a União Europeia (UE) anunciará o resultado da balança comercial de maio, com superávit pelo sétimo mês consecutivo, provavelmente de € 5 bilhões. Mas isso é em parte em consequência de menos importações. EUA e China, que destinam 20% de suas exportações para a Europa, claramente têm dificuldade para vender nesse mercado.
 
As exportações europeias, e também de outros parceiros, dependem em larga parte do que ocorre fora da zona do euro. No primeiro trimestre, o maior crescimento de exportação dos europeus foi para Brasil e Rússia, numa alta de 20% em relação ao mesmo período de 2011. Em comparação, os europeus importaram 3% a mais do Brasil e 10% a mais da Rússia.
 
O desequilíbrio no desempenho comercial é significativo na zona do euro: no primeiro trimestre, a Alemanha, a maior economia da região, acumulou superávit de € 45 bilhões. A França, segunda maior, teve déficit de € 21,6 bilhões, refletindo sua falta de competitividade industrial. A Espanha teve déficit de € 10,7 bilhões.
 
Alem de um euro fraco para turbinar exportacoes europeias, espera-se um empurrão no crescimento global no segundo semestre.
 
Na China, o governo pode elevar os gastos em infraestrutura. Nos EUA, a queda nos preços da energia pode aumentar o consumo das famílias. A zona do euro também pode se beneficiar do preço de energia mais barato. No Reino Unido, as Olimpíadas tendem a animar a atividade econômica.
 
Muito disso, porem, continuará dependendo fortemente de como o mercado reagirá às frequentes turbulências da zona do euro e às hesitações de suas autoridades.
 
Fonte: Valor Econômico/ Assis Moreira – 16/07/2012

Outras notícias

A consolidação da marca Sindfin

Leia mais

Novas regras de capital desafiam os bancos

Leia mais

Crédito na venda de carros encolhe

Leia mais