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O preço do petróleo travou um movimento de queda que levou o barril brent — negociado na bolsa de Londres e extraído no Mar do Norte e no Oriente Médio — a fechar nos últimos três dias em torno de US$ 98, patamar identificado pela última vez em janeiro de 2011. O movimento alivia as pressões inflacionárias globais, o que ajuda na manutenção dos juros baixos na esperança de estimular a recuperação econômica.

Apesar do ganho de 1,16% ontem, o petróleo brent teve desvalorização de 7,6% de janeiro até ontem, quando fechou a US$ 98,97. O West Texas Intermediate (WTI) — comercializado na Bolsa de Nova York e produzido na região do Golfo do México — subiu 1,06% ontem, mas caiu 14,9% no ano, para US$ 84,17. Só nos Estados Unidos, o estoque do produto está no maior nível em 22 anos (384,74 milhões de barris).
 
“A queda no preço do petróleo ajuda a reduzir e inflação onde não tem preços regulados, ao contrário do Brasil”, pondera o economista Ricardo Amorim.
 
No ano passado, os conflitos políticos conhecidos como a Primavera Árabe, ocorridos no Oriente Médio e no Norte da África, fizeram com que o preço do petróleo se elevasse para algo acima de US$ 100 para os dois tipos de óleo. O receio era com uma queda da produção na região, que reduziria a oferta. Passado este período, começou uma pressão para baixo da cotação do óleo pela expectativa de uma demanda menor causada pela desaceleração da economia mundial.
 
De acordo com o economista da Moody”s Analytics, Alfredo Coutiño, a deterioração do ambiente econômico internacional tem causado a queda dos preços, mais especificamente os problemas fiscais na Zona do Euro, os sinais de fraqueza da economia americana e a desaceleração chinesa.
 
“Dada uma recuperação fraca da economia global, o preço da commodity vai continuar a se ajustar para baixo durante este ano, fechando entre US$ 85 e US$ 90 no caso da WTI”, estima o analista.
 
Amorim vai além e diz que também a cotação do dólar tem influência no preço do petróleo.
 
“Quando o dólar se valoriza no mundo, o preço das commodities tende a cair”, pondera. Neste ano, frente ao real, a moeda americana apresentou valoriza- ção de 9,83%, e fechou ontem cotada a R$ 2,05.
 
Outro motivo apontado por ele é a desalavancagem de posições que apostam em alta do preço do barril do petróleo no mercado futuro. Ele explica que o cenário estrutural aponta para uma alta do preço do óleo, devido à explosão de demanda trazida pelos países emergentes, em especial a China, mas a piora da crise europeia levou os investidores a zerarem essas posições, o que tende a pressionar para baixo as cotações.
 
Para ilustrar, o barril do petróleo WTI estava cotado a US$ 104,71 nos contratos futuros com vencimento em dezembro de 2012 que eram comercializados em feverei ro des te ano em Nova York. Os mesmos contratos negociados ontem traziam um valor para o óleo de US$ 85,51. “Os preços ainda vão cair e não vou ficar surpreso se for mais de 40% neste ano, pela piora na crise da Europa”, diz o economista.
 
Amorim acredita que a recuperação do preço do petróleo deve vir ainda neste ano, uma vez que o cenário estrutural continua intacto e ele aponta para alta do óleo. O que vemos agora, segundo o economista, é uma repetição do período de 2008 e 2009. “No auge da crise, o dólar despencou e, quando tranquilizou, o preço voltou a subir.”
 
O analista econômico da Austin Rating, Rafael Leão, acredita que os preços do petróleo devem ficar em baixa até o final do ano pelas incertezas em relação à atividade econômica mundial. “Conforme isso vai saindo do radar dos agentes, o preço tende a voltar a subir”, diz ele, que não faz projeções de preços.
 
Já o analista-chefe da Coinvalores, Marco Aurélio Barbosa, acredita que a cotação do petróleo deve fechar 2012 em um patamar menor do que o previsto no início do ano. Isso tendo em vista os fatores que são passíveis de análise, já que o preço do petróleo sofre influência de conflitos geopolíticos em uma das zonas de produção, o Oriente Médio, difíceis de prever. “Esses conflitos são uma caixa de surpresas”, destaca.
 
Fonte: Brasil Econômico/ Flávia Furlan – 05/06/2012

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