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A taxa básica de juros (Selic) no atual patamar, de 12,5% ao ano, é apontada pelos bancos como o principal impeditivo para elevar as operações de securitização e, assim, garantir uma fonte de recursos estável como alternativa
à caderneta de poupança. “Quanto maior a taxa básica de juros, maior é o subsídio da poupança e mais difícil incentivar fontes alternativas”, afirma o superintendente do Santander, Fernando Baumeier.

O executivo explica que boa parte dos contratos de crédito imobiliário são corrigidos por uma taxa de 11% a 12% ao ano, mais a variação da taxa referencial (TR). Caso o banco resolva utilizar esses contratos como lastro para certificados de recebíveis imobiliários (CRIs), o investidor pessoa física terá isenção do imposto de renda. Mas ainda assim, com uma Selic a 12,5%, o investidor pode ter outras alternativas para aplicar o seu dinheiro.

Baumeier lembra ainda que a securitização da carteira de crédito imobiliário tem que ser feita de forma a realimentar as liberações de recursos para esse fim, ou seja, a taxa de captação dos recursos tem que ser vantajosa
para o banco—a remuneração da poupança hoje é de 6% ao ano mais a variação da TR. O superintendente de produtos e seguros do Citibank, Rodrigo Cury, afirma que à taxa média de juros da carteira é preciso acrescentar o custo para se fazer um CRI, que varia entre 1,5% e 2% do valor a ser ofertado. “Esse é o preço do CRI”, diz. Ou seja, esse seria o custo da fonte alternativa.

Mesmo no Banco do Brasil, que afirma que no curto prazo não tem a necessidade de fazer securitização, a taxa de juros é vista como impeditiva. O banco entrou apenas em 2008 no mercado de crédito imobiliário e ainda tem mais de R$ 5 bilhões da caderneta de poupança para aplicar nos financiamentos imobiliários. “É obrigação nossa olhar para outras alternativas, mas há uma dificuldade enorme para isso por conta das diferença de taxas”, diz o vice-presidente de varejo do banco, Paulo Rogério Caffarelli.

O executivo lembra que, mesmo que a Selic caia para 11%, por exemplo, ficará difícil realizar a securitização em algumas situações, já que o banco possui contratos de financiamentos com taxas a partir de 8,4% mais a variação da TR.

Por conta do patamar da taxa de juros brasileira, o HSBC prefere pensar em outras fontes para o crédito imobiliário. O banco pleiteia com o FGTS se tornar um agente repassador desses recursos. “Já pedimos a autorização
e estamos atualizando os nossos sistemas para isso”, diz o diretor de crédito imobiliário, Antonio Barbosa. A securitização é vista ainda como uma alternativa adicional.

O diretor de crédito imobiliário do Bradesco, Cláudio Borges, é o único que não vê a Selic como o principal impeditivo. Para ele, é mais uma questão de falta de conhecimento dos investidores sobre o CRI e a segurança
desses papéis.

Fonte: Brasil Econômico/Ana Paula Ribeiro – 02/08/2011

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