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Engenheiros financeiros de Wall Street elaboraram uma nova forma de combater a queda no volume de negociação no mercado de derivativos de crédito: eles remodelaram um índice para adicionar instrumentos financeiros que ainda não existem.
 
Índices que acompanham os “credit default swaps” (CDS) – que são contratos de derivativos que agem como seguro contra a inadimplência no pagamento de títulos de empresas – se tornaram uma forma bastante usada por gestores de fundos de renda fixa, bancos e fundos hedge para especular sobre a capacidade creditícia das empresas, e como proteção contra riscos em suas carteiras.
 
A negociação com CDS, no entanto, encolheu a tal ponto que não há nomes com volume suficiente para integrar um índice com cem empresas.
 
Com isso, a Markit, empresa que elabora índices, decidiu passar a incluir em seu índice “CDX” de alto rendimento três empresas para as quais nenhum banco oferece hoje “credit default swaps”. A Markit e operadores de derivativos esperam que a inclusão de CIT Group, Charter Communications e Calpine Corporation leve os bancos a lançarem CDS para elas.
 
O volume de negociação de CDS de empresas recuou cerca de 23% no mundo neste ano, segundo a Depositary Trust & Clearing Corporation (DTCC). Algumas pessoas advertem que a falta de liquidez do mercado ameaça repetir problemas como o provocado pelo operador do J.P. Morgan, conhecido como “London whale” (baleia de Londres, em inglês) devido ao tamanho de suas transações, em que o banco de investimento perdeu US$ 5 bilhões em uma negociação envolvendo um índice de swaps de risco de crédito.
 
Ed Grebeck, executivo-chefe da Tempus Advisors, acredita que os operadores poderão explorar qualquer disparidade muito grande que surja entre os preços de um CDS individual e o valor do índice, com o que o próprio indicador se tornará uma proteção cada vez mais imperfeita para os riscos de crédito de uma carteira de bônus.
 
“Esses índices dão uma falsa sensação de conforto”, disse Grebeck. “A melhor forma de proteger seu risco de crédito é, em primeiro lugar, gerenciar seu risco de crédito. Isso dá aos usuários do índice uma oportunidade maior para realizar arbitragem, em oposição a ajudar as instituições a protegerem-se contra seus riscos.”
 
Os preços dos índices CDX, da Markit, são determinados diariamente, com cotações fornecidas pelas corretoras, excluindo os números mais discrepantes, processo que a empresa diz espelhar o usado no cálculo da Libor, a taxa interbancária do mercado de Londres que se tornou alvo de suspeita de uma possível manipulação.
 
Deepak Agnani, chefe de índices de crédito da Markit, afirmou que o processo para escolher nomes adicionais foi transparente e conduzido por meio de consultas a corretores. “Escolhemos três empresas que tinham o maior volume de dívidas por vencer”, afirmou. “São nomes que deveriam estar no centro das atenções da comunidade de swaps de risco de crédito.”
 
Estrategistas do Barclays, liderados por Brad Rogoff, escreveram em recente informe para clientes que preveem a negociação de CDS de CIT, Charter e Calpine, após que o índice entrar em vigor.
 
“A ideia é que a inclusão no CDX levará à negociação individual de swaps de risco de crédito por meio da arbitragem de índices, ampliando, portanto, a base de liquidez dos CDS, que, sem isso, vem encolhendo para um grupo cada vez menor. Concordamos com esse ponto de vista e estamos entusiasmados com a perspectiva de aumento na liquidez nos mercados de derivativos de alto rendimento.”
 
Fonte: Valor Econômico/ Financial Times/ Stephen Foley – 01/10/2012

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