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Em um ambiente de redução dos juros, concentração bancária e pressão por eficiência, as financeiras independentes e instituições de pequeno porte com carteiras de operações de crédito a pessoas físicas apostam na diversificação de receitas para compensar a queda de margem resultante da combinação entre custos elevados e a redução dos spreads (diferença entre o custo de captação e a taxa final cobrada do cliente).
 
A ideia, na maioria das vezes, é garantir uma fonte de receitas que não seja atrelada ao resultado da intermediação financeira com operações de crédito. Esse é o caso, por exemplo, do banco mineiro Intermedium. “Estamos nos preparando para oferecer mais serviços aos nossos clientes e sermos mais ágeis”, afirma a diretora de varejo da instituição, Virginia Cançado.
 
O banco mineiro de pequeno porte se prepara para iniciar a distribuição de microsseguros, em parceria com a corretora Fronting. “É uma área inesgotável e onde há capacidade para inovar. Vamos fazer parceria com outras seguradoras também”, disse.
 
Consciente, a executiva sabe que não é possível competir, em termos de preços, com os grande bancos, então a estratégia é ter uma gestão menos burocrática que um grande banco na oferta de soluções aos clientes. Esse modelo garantiu um crescimento de 34% nos 12 meses encerrados em junho na carteira de crédito a pessoa física, que chegou a R$ 480 milhões.
 
Outra instituição que segue esse caminho da diversificação é a Sorocred, que desde o ano passado tem uma parceria com a Zurich para a distribuição de seguros. ‘Estamos trabalhando com mais produtos que não só o crédito. Os seguros nos geram uma receita que ajuda a compensar a queda nos spreads”, diz o diretor Wilson Justo.
 
O executivo não revela qual a participação da venda de seguros no total de receitas da companhia e afirma que, embora pequena, é crescente. Entre as apólices distribuídas estão as de seguros odontológicos e para perda de emprego, benefícios considerados importantes para as classes C e D, público alvo da financeira. Além disso, a empresa também faz a administração de benefícios para empresas, como a gestão de vale alimentação e refeição.
 
Essa diversificação de atuação também está presente no Daycoval, que tem 30% de sua carteira destinada a pessoas físicas, além de uma gestora de recursos e casas de câmbio. No entanto, o objetivo não é ter uma fonte de receitas que compense queda nas margens financeiras, mas sim tornar o banco mais sólido. “Entendemos que pela base de capital do banco, liquidez e diversificação das operações vamos ter mais oportunidades de crescimento”, afirma o diretor de Relações com Investidores, Ricardo Gelbaum.
 
Do lado dos custos, cada empresa corta onde pode para ser mais eficiente.
 
Um dos fatores que pesa na Sorocred, por exemplo, é que embora tenha mais de 20 anos de atuação, apenas em 2010 a Sorocred adquiriu o status de financeira e passou a ser supervisionada pelo Banco Central, o que exige o atendimento a uma série de requerimentos, como contratação de auditoria e publicação de balancetes.
 
Para compensar parte desses gastos, a Sorocred faz economia onde pode. Um dos casos, por exemplo, é o maior uso de mensagens de textos para fazer a cobrança dos clientes inadimplentes, instrumento que possui custo inferior ao uso do telefone.
 
Já para o Intermedium, o foco da gestão dos gastos está na área de tecnologia.
 
Outro custo que é diferente entre os grandes e instituições de menor porte é relativo à captação, que é menor para os maiores devido a rede de agências e acesso a investidores de todos os portes. Por outro lado, avalia o vice-presidente da Associação Nacional das Instituições de Crédito, Financiamento e Investimento (Acrefi), Bartholomeu Ribeiro, o custo de observância, que são as exigências do BC, recai de forma igual sobre todos. “É um custo elevado, mas é necessário ter esses controles e auditorias.”
 
Outro vilão, para ele, são as ações cíveis, que muitas vezes ocorrem porque um consumidor contesta a taxa de juros cobrado na operação após ter o acesso ao crédito. “Tem muita ação nesse sentido e isso encarece”, reclama, afirmou que a saída no curto prazo é trabalhar com o judiciário, explicando como funciona uma operação financeira.
 
Fonte: Brasil Econômico/ Ana Paula Ribeiro – 27/08/2012

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