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O parcelado sem juros e a perder de vista do cartão de crédito está com os dias contados. De um lado, os varejistas têm enfrentado dificuldades em oferecer a opção no longo prazo a seus clientes sem prejudicar o fluxo de caixa. Do outro, os bancos estão temerosos em assumir o risco da operação. “O parcelado sem juros chegou ao seu limite. Todos nós nos aproveitamos disso para crescer, mas agora temos que achar outro modelo”, afirmou o presidente da Credicard, Leonel Andrade.
 
Esse limite já fica claro nos números do próprio setor. Segundo a Associação Brasileira das Empresas de Cartões de Crédito e Serviços (Abecs), do volume de R$ 120,2 bilhões de créditos concedidos com cartão em março deste ano, 69% eram operações sem juros. Na conta, estão compras a prazo feitas no plástico e também o período entre a compra e o vencimento da fatura (até 40 dias).
 
O presidente da Confederação Nacional dos Dirigentes Lojistas (CNDL), Roque Pelizzaro Júnior, avalia que essa modalidade não será extinta, mas vai passar por uma adequação.
 
“Acima de seis meses, a operação começa a comprometer o caixa do lojista. Aí o ideal seria um parcelado com juros”, disse durante apresentação no C4 2012 – Congresso de Cartões e Crédito ao Consumidor.
 
A opinião é compartilhada pelo consultor em varejo financeiro Boanerges Ramos Freire, da Boanerges & Cia. “Seis meses é o prazo dado pela indústria ao varejo para pagamento.”
 
O consumidor que paga juros no parcelamento do cartão acaba por bancar aquele que não paga, em um mecanismo que os bancos apelidaram de subsídio cruzado, e isso pode se tornar insustentável no médio prazo, ainda mais com o aumento da inadimplência. “Varejo, bancos e governo vão ter de encontrar uma solução para isso.”
 
No entanto, embora os varejistas tenham a consciência de que trabalhar com prazos acima de seis meses é danoso ao fluxo de caixa, há redes de lojas que chegaram a ofertar parcelamento em até 18 vezes sem juros para determinados produtos.
 
Sem estrutura ou disposição para dar crédito a prazos alongados, varejistas e bancos esbarram, para crescer, no maior comprometimento de renda dos consumidores.
 
Pelizzaro Júnior, da CNDL, vê como positiva a movimentação feita por alguns bancos que oferecem, no momento da compra com o cartão de crédito, a opção de parcelamento com juros direto na maquininha. Esse é o caso do Banco do Brasil, Bradesco e a Caixa Econômica Federal – os prazos podem chegar a até 48 meses, como na compra de um carro, e as taxas variam, de acordo com o banco, de 0,89% a 1,95% ao mês.
 
O presidente da Boa Vista Serviços, Dorival Dourado, acredita que esse modelo adotado recentemente pelos bancos públicos pode ser uma saída para permitir o crescimento do cartão de crédito como meio de pagamento. “Os bancos e o varejo precisam utilizar o cartão com inteligência ”, defende.
 
Para ele, no entanto, é impossível pensar no fim do parcelado sem juros, embora não seja contra uma redução dos prazos. “Se acabar o parcelado sem juros, vai voltar o uso do cheque pré-datado, mais custoso para o banco”, diz, acrescentando que o custo da compensação de uma folha de cheque é de R$ 2 e a operação com cartão não chega a 10% deste valor.
 
Fonte: Brasil Econômico/ Ana Paula Ribeiro/ Flávia Furlan – 16/08/2012

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