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Três dos maiores bancos da Europa – Barclays PLC, Deutsche Bank AG e Banco Santander SA – divulgaram resultados respeitáveis no primeiro trimestre, mostrando que, mesmo durante uma crise financeira, são capazes de gerar bilhões em lucros.

Mas o resto do ano pode se revelar mais difícil à medida que a economia europeia mergulha de volta numa recessão e começam a se dissipar os efeitos positivos do trilhão de euros (US$ 1,3 trilhão) em empréstimos baratos de três anos oferecidos pelo Banco Central Europeu.

Executivos dos bancos disseram ontem que o ambiente lucrativo de investimentos bancários do primeiro trimestre, que levantou o lucro do Barclays e do Deutsche Bank depois de um segundo semestre decepcionante em 2011, já está perdendo o ímpeto. E o Santander, como os seus rivais espanhóis, provavelmente terá de lidar com custos crescentes na deteriorada economia espanhola.

O Santander, o maior banco da Espanha segundo a maioria dos critérios, anunciou que seu lucro líquido no primeiro trimestre caiu 24% em relação a um ano antes, de 2,1 bilhões de euros para 1,6 bilhão de euros. O resultado reflete uma queda no faturamento na maior parte do mundo, e também as provisões de 3 bilhões de euros que o banco fez para cobrir prejuízos potenciais com empréstimos na Espanha, Portugal e outros países. No final de março, perto de 33 bilhões de euros em empréstimos do banco, correspondendo a 4% do total, foram classificados como sendo de risco.

Mas as operações de varejo internacional do banco continuam a engordar o caixa, sendo que a sua divisão na América Latina abocanhou 1,2 bilhão de euros em lucros trimestrais. O Santander confirmou os planos, noticiados pela agência Dow Jones no começo da semana, de vender até 25% da sua lucrativa filial no México, através de uma oferta pública inicial de ações no fim do ano.

O Santander – e seu rival local Banco Bilbao Vizcaya Argentaria SA, que divulgou seu balanço na quarta-feira – provavelmente será pressionado nos próximos meses a reservar bilhões de euros a mais para cobrir possíveis prejuízos. Uma nova lei da Espanha exige que os bancos do país aumentem substancialmente as suas “provisões”, e o Santander e o BBVA, ao contrário de alguns dos seus concorrentes, até agora não beberam desse purgante.

Andrew Lin, um analista do Espirito Santo Investment Bank, disse que o Santander aparentemente decidiu encorpar suas reservas durante o primeiro trimestre porque não queria corroer suas proteções de capital. O Santander tem um “espaço de manobra limitado” acima dos níveis de capital que os reguladores europeus estão exigindo que os bancos alcancem até 30 de junho, disse Lim.

Apesar de os resultados terem superado as expectativas, os bancos europeus estão adotando um tom de cautela.
“Não foi um primeiro trimestre robusto; só foi robusto comparado com o terceiro e o quarto trimestres”, disse Bob Diamond, diretor-presidente do Barclays. “O crescimento da economia mundial ainda é pequeno.”

No papel, o Barclay registrou um prejuízo de 337 milhões de libras esterlinas (US$ 544,7 milhões) no trimestre, mas isso foi quase que inteiramente o resultado de uma despesa contábil ligada ao aumento do valor da dívida do banco. Não fosse por isso, o banco britânico teria lucrado 1,9 bilhão de libras.

O que impulsionou os lucros foi o braço de banco de investimento do Barclays, cuja receita saltou 10%, para 1,49 bilhão de libras. O grupo de renda fixa do Barclay mostrou-se especialmente forte. Os resultados do banco de investimento foram melhores que alguns dos seus concorrentes de Wall Street.

Mas Diamond observou que os negócios não estão indo tão bem este mês. Os executivos do Deutsche Bank e Credit Suisse Group AG, que divulgaram os resultados do primeiro trimestre na quarta-feira, fizeram coro a essa ressalva: parte da forte tendência do primeiro trimestre não está se mostrando sustentável.

“O ambiente ficou mais incerto e, então, obviamente, houve uma desaceleração”, disse o diretor-presidenre do Deutsche Bank, Stefan Krause.

O banco alemão divulgou um lucro de 1,4 bilhão de euros no primeiro trimestre, que ficou 33% abaixo do de um ano antes, mas próximo do que os analistas haviam previsto. O banco atribuiu a queda a uma série de fatores, inclusive várias despesas não recorrentes e a baixa atividade do segmento de private banking.

O Deutsche Bank afirmou que fortaleceu o seu colchão para absorver prejuízos repentinos. O banco estima que o seu chamado coeficiente Nível 1 – uma medida fundamental da capitalização de um banco – ficará em 7,2% dos ativos de risco ajustável no começo do ano que vem. O número está bem abaixo do nível de 10% que o Deutsche Bank precisará para cumprir as regras internacionais que entrarão em vigor ao longo dos próximos sete anos.

Como parte da sua missão de aumentar a capitalização, o banco informou que reduziu seus riscos mais agressivamente.

Durante o primeiro trimestre, ele liquidou cerca de 13 bilhões de euros em ativos de risco, trazendo o total para 368 bilhões de euros. O banco também encolheu seus ativos de risco em mais US$ 4 bilhões este ano, ao vender sua participação na farmacêutica Actavis.

Krause disse que o Deutsche Bank não pretende emitir ações para incrementar sua capitalização. “Nós não acreditamos que seja necessário levantar capital para cumprir com os requerimentos do modo como eles se apresentam hoje.”

Fonte: Valor Econômico/ The Wall Street Journal/ David Enrich/ Laura Stevens e Max Colchester – 27/04/2012

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