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Os dados referentes aos investimentos no Brasil continuam a gerar bem estar, principalmente, à equipe econômica do governo federal. Após garantir a estabilização do crescimento do Produto Interno Bruto (PIB), em 0,6% ao trimestre, a produção de bens de capital e insumos da construção civil continuaram sua aceleração em abril, segundo a publicação da Produção Industrial do mês, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). No entanto, dúvidas ainda pairam sobre a sustentabilidade dos indicadores e sobre uma possível artificialidade dos números.
 
A forte produção de caminhões – que estava com demanda atrasada – e de maquinário agrícola no início do ano podem dar uma impressão errada sobre o verdadeiro crescimento dos investimentos. Para economistas, o país está no rumo certo, mas os números presentes na produção industrial e no PIB estão longe de refletir a realidade atual. De acordo com Júlio Gomes de Almeida, professor da Unicamp e ex-secretário de Política Econômica do Ministério da Fazenda, a expansão atual da produção de bens de capital e insumos da construção podem criar distorções nas projeções para os investimentos. Mas um processo de retomada já está em curso.
 
De acordo com o IBGE, cresceram 24,4% a produção de bens de capital e 9,7% a de insumos da construção na comparação anual. “O crescimento de 4,6% da Formação Bruta de Capital Fixo no primeiro trimestre é muito alto e não reflete com exatidão a realidade. Mas, independentemente da influência da produção de caminhões, já há uma recuperação dos investimentos”, diz.
 
 No último ano, a formação bruta de capital fixo foi quem mais influenciou negativamente o PIB. Fechou com queda de 4% sobre 2011, baseada principalmente na repressão da demanda por caminhões e máquinas industriais. As dificuldades começaram na mudança técnica obrigatória dos motores dos novos caminhões, que deixaram de ser produzidos com os modelos Euro 4 para serem contemplados com o Euro 5, mais caros e que demandam combustíveis mais limpos. A mudança derrubou as vendas.
 
Para José Márcio Camargo, economista da consultoria Opus, mais importante que a alta dos indicadores é a disseminação do crescimento por toda a cadeia industrial. Nada menos que 66% dos produtos brasileiros estão com sua produção em expansão. “Há muito isso não acontecia. Mas ainda é cedo para comemorar. Dados antecedentes da produção em maio mostram que este mês não será tão bom quanto o de abril”, afirma o economista.
 
Na Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), a altada produção ainda é vista com ceticismo. O diretor do Departamento de Competitividade e Tecnologia da entidade, José Ricardo Roriz Coelho, se apega ao sentimento pouco otimista do industrial e prevê uma reversão dos bons resultados.“O alto custo de produção e a insegurança das taxas de juros e consumo estão criando um clima desfavorável aos investimentos”, diz Roriz.
 
Luciano Rostagno, estrategista chefe do banco WestLB, aponta para a instabilidade da produção e dos investimentos como um fator preocupante. Em janeiro, os investimentos dispararam, mas se retraíram em fevereiro. Os meses de abril e maio devem repetir o feito. “Isso é um resultado dos estímulos do governo aos investimentos. Os dados positivos mostram que as desonerações e mudanças nas regras de financiamento influenciaram a produção e que a indústria está se recuperando, mas não são suficientes para dizer que a trajetória é sustentável.”
 
Fonte: Brasil Econômico / Gustavo Machado – 05.06.2013

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