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Banco Central apresentou a primeira revisão das projeções para as contas externas após o agravamento da crise internacional. A previsão de déficit nas transações correntes – saldo da entrada e saída de dólares no comércio exterior e de serviços – em 2009 caiu 25%, para US$ 25 bilhões. A estimativa feita pelo BC antes do agravamento da crise era que o déficit chegaria a US$ 33,1 bilhões em 2009.

Normalmente, um déficit menor pode ser encarado como uma boa notícia porque mostra que menos dólares deixarão o país. Nesse caso, a redução é resultado de uma série de fatores nada positivos. A queda no ritmo de crescimento da economia vai diminuir as importações e o volume de remessas de lucros das multinacionais no próximo ano. Ao mesmo tempo, o dólar caro vai fazer com que brasileiros viajem menos ao exterior e, diante da recessão nos países ricos, cairão as remessas, para o País, de trabalhadores que moram lá fora.

“Os números mostram o alcance do problema gerado pela falta de dinheiro disponível e a retração do mercado mundial”, diz a economista da Rosenberg & Associados Fernanda Feil.

Entre as vítimas da crise, os produtos importados devem ser os mais atingidos. Pela previsão anterior do BC, o País deveria importar US$ 200 bilhões em 2009. Agora, a estimativa foi reduzida para US$ 179 bilhões, uma queda de 10%. Isso significa um corte de US$ 21 bilhões nos negócios de importação. O chefe do Departamento Econômico, Altamir Lopes, explica que a redução será gerada tanto pelo ritmo mais fraco da economia quanto pelo dólar mais caro.

As exportações, por sua vez, serão afetadas pela redução da demanda nos mercados mundiais. A previsão anterior do BC era de que as vendas externas deveriam render US$ 217 bilhões; agora, ela foi revista para US$ 193 bilhões. Com menos receita na mão dos exportadores, o saldo da balança comercial deve piorar. O BC já previa que, depois de registrar saldo de US$ 23,5 bilhões neste ano, a balança teria o superávit reduzido para US$ 17 bilhões em 2009. Agora, prevê apenas US$ 14 bilhões de saldo.

Outro reflexo da crise será no envio de lucros. Como as multinacionais deverão vender menos no Brasil em 2009, terão menos dinheiro para remeter às sedes. Por isso, o BC cortou em 33% a previsão de remessas, para US$ 20 bilhões.

Fora das empresas, a crise e a subida do dólar têm frustrado muitos planos de viagem ao exterior. “As agências de turismo têm registrado um grande número de cancelamentos e há expectativa de aumento do turismo interno”, diz Altamir, ao comentar o efeito quase imediato da disparada do dólar.

Com o encarecimento das viagens para fora do País, a previsão de déficit da conta de turismo – que registra o saldo do gasto de brasileiros no exterior e estrangeiros no País – despencou 75%, para US$ 1,5 bilhão.

Fernanda Feil também alerta para a dificuldade que empresas têm enfrentado para renovar as dívidas no exterior. Para 2009, o BC espera que as companhias brasileiras consigam rolar 75% dos compromissos. Antes, esperava 100%. “Isso mostra o efeito de um mundo com menos dinheiro. Acredito que a dificuldade pode ser maior e a renovação pode ser de 40%”, diz. Sem conseguir renovar 100% da dívida, empresas têm de comprar dólares no mercado à vista para pagar os compromissos, o que pressiona ainda mais as cotações do dólar.

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