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Com a temperatura em torno do debate sobre os altos “spreads” cobrados pelos bancos subindo e a pressão do governo sobre a banca privada aumentando, o vice-presidente do Itaú Unibanco, Marcos Lisboa, acredita que está criada a chance para que se discuta a fundo a questão.

“O debate atual [iniciado pelo governo] sobre redução dos spreads é saudável e importante que ocorra, porque cria a oportunidade para que se avance nessa agenda”, afirmou Lisboa.

O spread é a diferença entre o custo de captação de dinheiro dos bancos e a taxa de juro cobrada dos clientes e, além de incluir a margem de lucro das instituições, cobre seus custos operacionais, tributários e de risco.

O executivo do maior banco privado do país aponta três itens importantes na agenda para se alcançar uma redução dos spreads bancários. Em primeiro lugar, Lisboa cita a necessidade de se expandir o leque de garantias aceitas no sistema brasileiro, como ocorre em mercados mais maduros. “Usar a casa própria ou o fundo de previdência como garantia dos empréstimos é uma possibilidade”, disse.

Lisboa lembra que a experiência do próprio país mostra que o uso de garantias melhores e mais confiáveis barateia o crédito. “O crédito consignado é um exemplo. Em 2003, a taxa de juro do crédito pessoal era em torno de 7% a 8% ao mês e caiu a um terço disso”, lembrou, citando também o caso da alienação fiduciária de veículos e do patrimônio de afetação para financiamentos imobiliários.

Além disso, segundo ele, é preciso baixar os custos de constituição das garantias, que são muito altos no país. Entre eles, as despesas cartoriais, com taxas e com a recuperação das garantias. Por último, o vice-presidente do Itaú e ex-secretário de Política Econômica do Ministério da Fazenda menciona os custos que impactam as operações de crédito, como a alíquota elevada de recolhimento compulsório sobre depósitos e impostos. “Até a renegociação de dívidas gera um pagamento de imposto, porque é caracterizada como nova operação de crédito”, exemplificou.

Quando secretário de Política Econômica, indicado para o cargo no primeiro mandato do ex-presidente Lula, Lisboa foi responsável por implementar uma agenda de reformas microeconômicas, entre elas, a nova Lei de Falências, com impactos importantes no mercado de crédito. “Essa agenda tem sido um tema constante, que começou lá atrás com o Armínio [Fraga, quando presidente do Banco Central]”, lembrou Lisboa.

O executivo do Itaú evitou comentar diretamente a ofensiva de Banco do Brasil e Caixa de redução de juros em diversas linhas. “Numa mesma modalidade de crédito, as taxas variam muito. A taxa média não mostra a dispersão de taxas, que é grande. Tem gente pagando menos e tem gente pagando mais”, observou.

Fonte: Valor Econômico/ Vanessa Adachi – 09/04/2012

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