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Um empresário que tenha percorrido agências bancárias em outubro para conferir as condições de empréstimos para reforçar seu capital de giro – a modalidade de crédito mais demandada por pequenas e médias empresas – encontrou uma taxa de juro média de 1,54% ao mês, ou seja, 20,13% ao ano. Em outubro de 2011, a pesquisa teria resultado em uma taxa maior, de 2,65% ao mês ou 36,87% ao ano, segundo dados da Associação Nacional dos Executivos Financeiros (Anefac). Nos últimos meses, bancos públicos e privados têm adotado políticas agressivas para conquistar negócios em financiamentos para pessoas jurídicas, o que tornou mais acessível os empréstimos para pequenas e médias empresários.
 
O impulso para esse movimento veio da decisão do Banco Central de reduzir a taxa básica de juro do país, a Selic. Desde agosto de 2011 cortes graduais, mas constantes, diminuíram a Selic de 12,5% ao ano para os atuais 7,25%. Como uma gangorra, o crédito subiu de forma ininterrupta no mesmo período. De 47,4% do PIB em setembro de 2011 foi para 51% em agosto e a projeção do BC é que alcance 52% do PIB em dezembro, num crescimento de 16% no ano.
 
Na Caixa Econômica Federal, o ritmo de crescimento do crédito para empresas é ainda mais forte, chega quase a 60%. Roberto Derziê, diretor-executivo de pessoa jurídica da Caixa, diz que nos últimos seis meses foram abertas 302.165 novas contas empresariais, 50 mil por mês, o dobro da média de 2011. Até setembro, os contratos de crédito de pessoas jurídicas somaram R$ 42,5 bilhões e a expectativa é fechar o ano em R$ 60 bilhões. Em 2011, o volume de crédito contratado por esse público foi de R$ 37,4 bilhões.
 
A expansão, diz Derziê, é resultado do programa Caixa Melhor Crédito, lançado em abril. A taxa da linha de capital de giro foi reduzida de 2,72% ao mês para 0,94%. A carteira dessa linha de crédito saltou de R$ 1 bilhão para R$ 12 bilhões em outubro. Na linha BNDES Progeren a taxa foi para 0,58%, levando a um crescimento de 108% nos recursos emprestados, que chegaram a R$ 151,6 milhões em outubro. Nos recebíveis de fatura de cartão de crédito a taxa de 1% na antecipação passou a ser cobrada de forma proporcional aos dias em que o crédito foi efetivamente usado pelo comerciante e não pelo tempo em que o recurso ficou disponível em sua conta.
 
O Banco do Brasil também contabiliza bons resultados em seu programa Bom Para Todos, que proporcionou, em média, uma redução de 22% nos juros cobrados das pessoas jurídicas. A linha Giro Flex passou a operar com taxas mensais a partir de 1,17% e a Progeren foi para 0,60% ao mês. Adilson do Nascimento Anísio, diretor de micro e pequenas empresas, diz que a carteira de crédito para quem fatura até R$ 25 milhões por ano teve uma expansão de 28% e atingiu R$ 80 bilhões em setembro.
 
Uma parte do crescimento veio da estratégia de “comprar dívidas”, como define Anísio a ação de contactar pequenos empresários com dívidas em outros bancos e oferecer um novo financiamento com prazo de até 60 meses. “Conquistamos 36 mil clientes e refinanciamos R$ 5 bilhões.” Ele afirma que o BB tem uma política de prestar assessoria financeira aos pequenos empresários, que envolve o treinamento de gerentes para orientar os clientes sobre a modalidade de crédito mais adequada à sua necessidade. “É comum encontrar empresário pendurado no cheque especial, pagando 3,90% ao mês, quando poderia economizar contratando uma linha de capital de giro.”
 
No Bradesco, a carteira de créditos concedidos para micro e pequenas empresas foi ampliada em 13,3 % em um ano, passando de R$ 98 bilhões em setembro de 2011 para R$ 111,1 bi em setembro. Para o último trimestre, a expectativa de crescimento do crédito é de 16%. “O empreendedorismo brasileiro está em alta e o Bradesco tem forte atuação nesse segmento de mercado”, diz José Ramos Rocha Neto, diretor do departamento de empréstimos e financiamentos.
 
O banco é o único entre os privados a manter vínculos com Arranjos Produtivos Locais (APLs). Do total de 957 APLs do país, tem negócios com 338, nos quais atende 38.715 empresas, com uma carteira de crédito de R$ 1,8 bilhão em setembro, após um crescimento de 20% no ano. O Bradesco o maior repassador privado das linhas de crédito do BNDES, com uma carteira, em setembro, de R$ 5,97 bilhões em 150,7 mil operações, sendo 97% para micro, pequenas e médias empresas.
 
O Bradesco também iniciou uma política de redução dos juros, mas não tão agressiva. No banco, o financiamento para capital de giro tem custo a partir de 2,29% ao mês. “Nossa principal aposta é na agilidade do acesso ao crédito, com mecanismos eletrônicos de autoatendimento.”
 
Já o Santander optou por reduzir o custo dos empréstimos de acordo com a adimplência dos clientes. Marcelo Malanga, diretor-executivo de pequenas e médias empresas, diz que foi criada uma linha de capital de giro com pagamento em até 24 meses, mas com um sistema de bônus. Se o cliente paga em dia, é dispensado de liquidar as duas últimas parcelas do empréstimo. Além disso, o cliente que opta por taxas pré-fixadas, a grande maioria, tem uma das parcelas bonificada, caso as taxas de juros caiam no decorrer dos 24 meses. Para quem recebe pagamentos por cartão de crédito, o banco, que fechou uma parceria com a credenciadora Getnet, passou a oferecer a possibilidade de automaticamente antecipar o recebimento da fatura, sem tarifas.
 
Fonte: Valor Econômico/ Domingos Zaparolli – 29/11/2012

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