O seu navegador está desatualizado!

Atualize o seu navegador para ter uma melhor experiência e visualização deste site. Atualize o seu navegador agora

×

 

Em 2005, após analisar as informações de centenas de empresas, os organizadores do Prêmio IBGC de Governança Corporativa tinham em mãos uma notícia boa e outra desanimadora. De um lado, sabiam quem eram os vencedoras da primeira edição do prêmio, criado para estimular as empresas a desenvolver a transparência administrativa. De outra parte, a equipe constatou que a nota média obtida pelas participantes não chegou a cinco, em uma escala de um a dez. Ou seja, as empresas não adotavam nem metade das práticas recomendadas que eram avaliadas pelo Instituto Brasileiro de Governança Corporativa (IBGC).
 
Esse quadro melhorou, ainda que pouco e lentamente, ao longo das oito edições do prêmio, segundo Luiz Martha, gerente de pesquisa e conteúdo do instituto. “A partir de 2009, as empresas finalmente atingiram nota média de cinco”, diz Martha. Em todas as edições, diz ele, foi possível observar que as empresas mais bem avaliadas são as que mais aprimoram os resultados no ano seguinte, aumentando a sua pontuação a taxas próximas de 6,5% ao ano. Por outro lado, a pontuação das piores cresce apenas 3% ao ano, em média. “Isso pode indicar desinteresse entre as empresas que não sofreram o impacto da governança”, diz.
 
Até 2010, o instituto premiava quem tinha o melhor sistema de governança nas categorias listadas em Bolsa e não listadas. Havia troféus também para as que se destacavam em inovação e evolução. Nos últimos dois anos, o formato mudou, e o prêmio passou a ser destinado às duas empresas que mais evoluíram na transparência nos últimos três anos, uma listada e outra não listada.
 
A mudança a partir de 2011 decorreu da assunção por parte dos idealizadores do prêmio de que os esforços despendidos no trajeto em direção à transparência são tão importantes quanto a chegada. “Nossa intenção, agora, já não é buscar o modelo próximo do ideal, e sim mostrar que o esforço para evolução pode ser premiado, e não necessariamente uma governança bem estruturada”, explica Martha.
 
São avaliados critérios – 24, no caso das listadas – que indicam o nível de transparência da administração e aspectos como responsabilidade corporativa, prestação de contas e igualdade entre os sócios, se os acionistas têm poder efetivo de tomar decisão e participar da vida de companhia, ou se ela divulga informações completas de remuneração e tem práticas para tratar conflitos de interesse.
 
A pontuação com base nesses critérios está sob responsabilidade de pesquisadores do Coppead/UFRJ, que calculam um índice anual de prática de governança corporativa desenvolvido em pesquisa acadêmica e aprimorado em parceria com o IBGC. “Os professores do Coppead fazem uma triagem de informações públicas das empresas em locais diversos, como formulário de referência, relatório anual e de sustentabilidade e site de relações com investidores, além de documentos no site da CVM”, diz Martha.
 
Nas empresas não listadas, ele salienta que a participação no prêmio é voluntária, mediante preenchimento de questionário com dados dos últimos três anos (diferentemente das listadas, elas não têm obrigação legal de adotar práticas mínimas de governança corporativa). O número de concorrentes nessa categoria está em torno de 20 por ano (ante as cerca de 460 listadas). O gerente do IBGC diz que são empresas fechadas e sem a mesma cultura de transparência das listadas na Bolsa. Segundo ele, muitas revelam receio de divulgar informações e outras recusam a inscrição sob alegação de que sua governança ainda não está pronta e, portanto, não têm chance na disputa. A expectativa é que a mudança do formato do prêmio estimule mais empresas a participar.
 
Fonte: Valor Econômico / Ana Lúcia Moura Fé – 13/12/12

Outras notícias

Cadastro positivo será regulamentado este mês

Leia mais

Tombini pede atenção à tendência de queda do juro neutro

Leia mais

Aumenta mas vendas de moradias nos EUA

Leia mais