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O Banco Internacional de Compensações (BIS) sinaliza inquietação com a desconexão entre a baixa nas projeções de crescimento econômico global para 2012 e 2013 e a alta de preços de ativos financeiros.
 
O banco dos bancos centrais alerta que os riscos de degradação da economia mundial não diminuíram e que nesse cenário os preços de alguns ativos parecem historicamente superavaliados em relação a seu grau de risco.
 
Em seu relatório trimestral sobre a atividade bancária internacional, o banco insiste para “riscos significativos” na avaliação futura de ativos, por causa da crise da zona do euro e perspectivas morosas do crescimento econômico mundial. Diz que os ativos se beneficiam de novas flexibilidades nas politicas monetárias e do sentimento de que grandes riscos no curto prazo para a economia mundial teriam sido atenuados.
 
O Federal Reserve jogou mais um “quantitative easing” (afrouxamento quantitativo) no mercado, o Banco do Japão comprou também mais ativos. Por sua vez, Austrália, Brasil, Colômbia, República Checa, Hungria, Israel, Coreia do Sul, Filipinas, Suécia e Tailândia reduziram as taxas de juros.
 
O BIS ilustra sua preocupação com os spreads de bônus de alto risco de empresas, que caíram a níveis comparáveis aos de 2007, antes da crise. Só que ao mesmo tempo a taxa de calote desses títulos está em 3%, quando era próximo de 1% em 2007.
 
Conforme o BIS, muitos investidores parecem estimar que têm sido mediocremente remunerados pelos riscos corridos, em relação ao passado, mas que não têm outra escolha, já que a remuneração dos depósitos bancários está próxima de zero e as ofertas de investimentos com baixo risco são poucas.
 
As moedas de países emergentes parecem não estar entre os ativos superavaliados desta vez. O recente afrouxamento de política monetária em países desenvolvidos não provocou a temida valorização de moedas de emergentes, segundo o BIS. O banco avalia também que em países altamente dependentes de exportações para a China, sobretudo os asiáticos, o movimento de taxa de câmbio em 2012 foi impulsionado principalmente por notícias sobre o desempenho da economia chinesa.
 
De maneira geral, mais estímulo monetário por grandes BCs levou investidores a tomar mais riscos e buscar melhor rendimento. Fundos de bônus de empresas de nações desenvolvidas, de títulos soberanos e de companhias de emergentes atraíram fluxos líquidos de capital.
 
No entanto, no rastro do mais recente afrouxamento monetário (“quantitative easing”, com compra de ativos e jogando muito dinheiro no mercado) por grandes bancos centrais, o dólar se valorizou contra moedas de emergentes. É o contrário do que ocorreu em novembro de 2010 e junho de 2011, quando ações dos BCs derrubaram o valor da moeda americana em mais de 5% e a pressão de alta atingiu moedas de emergentes.
 
Para o banco, as perspectivas de menor crescimento nos em emergentes explicam parcialmente porque suas moedas e os fluxos de capitais reagiram diferentemente desta vez. Brasil, China e Índia reduziram suas projeções de expansão econômica. A situação também colocou pressões de baixa sobre preços de commodities.
 
Conforme o BIS, os fluxos de capitais mais recentemente parecem refletir a visão de que a crise do euro não deve se intensificar. Investimentos de portfólio voltaram a tomar o rumo da Espanha e Itália em setembro. E diminuiu a sangria de depósitos e outros fundos de bancos desses países. A exposição de bancos europeus em emergentes continuou a diminuir nos últimos três trimestres, como o Valor já mostrou.
 
O BIS destaca a intervenção do Banco Central do Brasil no mercado de câmbio para tentar frear a valorização do real nesse período. Diz que o sentimento entre negociantes de câmbio era de que outros BCs na América Latina e Ásia também estavam em ação.
 
Fonte: Valor Econômico/Assis Moreira – 10/12/2012

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