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Os investidores com fôlego para esperar retorno no longo prazo, e um estômago forte que suporte a alta volatilidade ainda estimada para o mercado este ano, devem aproveitar o atual momento para investir parte de seus recursos em ações do setor bancário brasileiro, cujos preços são de oportunidade por causa da crise financeira mundial. A indicação pode parecer um contrassenso ante a perda de 33% do valor de mercado dessa indústria no ano passado e das novas baixas no acumulado deste mês. Contudo, conforme, os especialistas, é hora de aproveitar os preços atrativos, “extremamente baratos pelos lucros que os bancos devem apresentar”, e manter posição de “comprado”, ou seja, segurar as ações em carteira, pois o cenário deverá melhorar já no segundo semestre de 2009, dizem alguns analistas, ou a partir do próximo ano, apostam outros.

“O ano não será de resultados tão expressivos quanto teve o setor de 2006 até o terceiro trimestre de 2008, principalmente os principais bancos, mas eles terão lucros e retorno sobre patrimônio líquido (roe) significativos”, diz João Augusto Salles, economista da Lopes Filho & Associados Consultores de Investimentos, que espera alta média de 5% a 10% nos lucros dos bancos e um roe entre 26% e 27%. “Se tiver isso de lucro, o ano está ganho e, se o roe empatar com 2008, está ótimo.” O economista recomenda a compra de ações de bancos.

Pedro Cardoso, gerente de renda variável da TOV Corretora de Câmbio, Títulos e Valores Mobiliários, que mantém ações de bancos em carteira, também indica a compra. “Os bancos brasileiros são muito seguros, e não são alavancados como os europeus e norte-americanos.” A diminuição esperada para o mercado de crédito e a redução da atividade bancária junto à indústria exportadora, afetada com a escassez de recursos externos, impactarão os resultados dos bancos, mas, para Cardoso, o setor continuará a acumular lucros, em comparação a outros que podem até registrar prejuízos.

O investidor precisa observar dois pontos antes de fechar negócios: os fundamentos e as expectativas para o mercado, aconselha Salles. “Os fundamentos dos bancos locais são bons, o que os blinda contra a crise.” Os principais do mercado (Bradesco, Itaú Unibanco e Banco do Brasil, os maiores em ativos) têm fundamentos bastante sólidos, diz. “Têm bom índice de Basiléia e liquidez e estão de orelha em pé. Sabem que 2009 não é ano de ampliar e sim de preservar o negócio, enxugando custos também, por isso continuarão lucrativos, mesmo que em menor proporção”, afirma o economista da Lopes, aconselhando que o investidor que tomar essa decisão não deverá ficar “nervoso” a cada oscilação. “No longo prazo, vem o retorno.”

Os especialistas recomendam a compra, mas com cautela e sempre pensando no longo prazo. Por conta da volatilidade e de fatores externos, principalmente vindos do próprio setor em âmbito mundial, os preços podem baixar ainda mais no decorrer do ano e se tornar uma oportunidade melhor de negócio nessa ocasião. Pode haver alguma perda para quem comprar agora e precisar vender logo, lembra Cardoso. Salles acredita em potencial de cerca de 40% de valorização das ações do setor em 2010, quando a economia voltará a crescer mais substancialmente, em torno de 4%, e deverá ocorrer uma retomada mais intensa do crescimento do crédito. O gerente da TOV esquiva-se de previsões, mas, otimista, acredita em melhora já na segunda metade deste ano.

Assim como todo o mercado acionário, a queda dos papéis dos bancos brasileiros resultou da crise financeira, que espantou os investidores ou os fez realizar lucros no País para cobrir prejuízos externos. Apesar de em âmbito mundial o setor estar no cerne da crise, as 27 instituições brasileiras de capital aberto estão entre as que menos perderam valor de mercado no ano passado, comparativamente a 2007, conforme pesquisa da Economatica sobre o desempenho de 21 setores da economia na bolsa. Com 33% de perda, chegou a 26 de dezembro de 2008 valendo R$ 272,89 bilhões, na 17 colocação do ranking dos principais perdedores.

Restringindo aos principais do mercado, Bradesco perdeu 33,8% de seu valor de mercado em um ano, para R$ 60,44 bilhões em 21 de janeiro; Itaú caiu 29%, a R$ 62,56 bilhões; no Banco do Brasil (BB) a queda foi de 48,8%, para R$ 35,27 bilhões; no Unibanco, menos 30,1%, a R$ 32,05 bilhões. Em processo de aquisição pelo BB, o Banco Nossa Caixa destoa, com alta de 205,1%, a R$ 7,41 bilhões. No acumulado deste ano, esse movimento na cotação dessas ações se repete.

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