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O Banco Internacional de Compensações (BIS), o banco dos bancos centrais, diz que o impacto econômico e financeiro global da alta de juros nos países desenvolvidos dependerá do ritmo em que isso ocorrerá, e aponta a vulnerabilidade das economias emergentes.
 
A mensagem é que os bancos centrais não devem permitir que o temor de turbulências retarde a retirada do afrouxamento monetário que adotaram para atenuar a crise e que deixou os mercados muito dependentes dos BCs. A instituição estima que atrasos na estratégia de saída tendem a elevar os riscos para a economia, ainda mais considerando que os custos e benefícios se degradam.
 
O BIS reuniu em sua assembleia anual a maioria dos bancos centrais, deixando claro que não se deve esperar que a política de dinheiro barato continue para sempre. O banco dos bancos centrais julga que está na hora de os políticos fazerem sua parte para dar fim à dependência de endividamento, melhorar a flexibilidade da economia para reforçar a produtividade, concluir reformas e reconhecer os limites do que os bancos centrais podem e devem fazer.
 
Em seu relatório anual, o banco dá uma ideia do impacto da alta dos juros de longo prazo a partir dos níveis anormalmente baixos de hoje. Se a taxa dos títulos do Tesouro americano subisse 3%, investidores perderiam mais de US$ 1 trilhão ou 8% do Produto Interno Bruto (PIB) dos EUA. As perdas para detentores de títulos de dívida emitidos por França, Itália, Japão e Reino Unido ficariam entre 15% e 35% do PIB desses países.
 
“A experiência mostra que a ascensão das taxas longas pode ser abrupta e volátil”, afirma o diretor-geral do BIS, Jaime Caruana. “A complexidade do sistema financeiro mundial impossibilita prever a trajetória que terá esse ajuste.”
 
Embora estimando que os yields (taxas de retorno) não vão saltar da noite para o dia, o BIS lembra a experiência de 1994, quando taxas de títulos de longo prazo em vários países desenvolvidos subiram cerca de 200 pontos-base em um ano, de forma “que uma subida forte pode ocorrer relativamente rápido”.
 
O BIS considera que, como bancos estrangeiros e domésticos podem ser os principais perdedores, a alta de juros traz riscos para a estabilidade financeira se não for executada com grande cuidado. O impacto da retirada do afrouxamento monetário “dependerá eminentemente da dinâmica do processo de ajuste dessas taxas”.
 
Para o BIS, as economias emergentes podem estar particularmente expostas em caso de alta brutal da volatilidade nos mercados e da inversão dos fluxos recentes de capitais. “Isso se confirma com a volatilidade recente observada nas taxas de juros das economias emergentes, seus mercados de ações e no mercado de câmbio.”
 
Em seis anos, os BCs e as autoridades fiscais adotaram medidas sem precedentes para evitar o desmoronamento da economia mundial. Mas a constatação do BIS é que os juros de quase zero favoreceram o aumento das dívidas.
 
O balanço dos bancos centrais dobrou, passando de US$ 10 trilhões para mais de US$ 20 trilhões. Em quase todos os países, a dívida pública cresceu, subindo US$ 23 trilhões desde 2007. A dívida privada das principais economias desenvolvidas e emergentes subiu outros US$ 13 trilhões.
 
Nos emergentes, a dívida aumentou mais lentamente que o PIB. No entanto, diz o BIS, a situação fiscal de alguns emergentes, embora favorável, “foi dopada pelo encarecimento de ativos e das commodities”, não sustentável no médio prazo.
 
Para o banco, a política de dinheiro barato não pode dinamizar muito mais o crescimento a longo prazo. Ele diz que os governos aproveitaram para adiar reformas e as empresas alongaram empréstimos em vez de investir em nova capacidade de produção.
 
O BIS julga estar, portanto, na hora de começar a desmontar a política de afrouxamento monetário. Prolongá-la “só amplifica os riscos do retorno à normalidade da política monetária, eleva os riscos de instabilidade financeira e agrava as distorções na alocação de recursos”.
 
Fonte: Valor Econômico / Assis Moreira – 24.06.13

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