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O crescimento de fundos especializados na compra de carteiras inadimplentes aumentou a demanda pelos créditos “podres”, mas o movimento não tem sido acompanhando pela oferta. A percepção é, porém, que há potencial para crescer, já que muitos bancos ainda mantêm ativos com pagamentos em atraso no balanço.
 
Levantamento feito pela KPMG mostra que o mercado de créditos inadimplentes encolheu de 2011 para 2012. A ressalva a ser feita é que no fim de 2011 o Santander vendeu R$ 16,658 bilhões em ativos desse tipo e o volume no ano seguinte foi bem menor, de R$ 9,815 bilhões. Entre 2013 e 2014, esse mercado deve movimentar entre R$ 15 bilhões e R$ 20 bilhões, estima Nicolas Malagamba, da KPMG. Ele estima que existam mais de R$ 500 bilhões em estoque de crédito inadimplente no Brasil, considerando tanto o que está dentro como fora dos balanços. “Falta vendedor nesse mercado no Brasil. Hoje, há um número desproporcional entre vendedores e compradores”, reitera Ulisses Rodrigues, presidente da Credigy.
 
Apesar de o potencial de retorno ser atraente, podendo chegar a 25% ao ano, as carteiras de créditos podres podem ser consideradas “tarja preta”, pois embutem riscos de performance e têm baixa liquidez. Os gestores costumam comprar esses ativos com desconto de, no mínimo, 50% do valor de face.
 
A RCB Investimentos possui quatro fundos que somam R$ 13 bilhões de valor de face. Os recursos são captados com investidores estrangeiros, na maioria fundos e bancos de investimento que já atuam nesse mercado lá fora. “Compramos basicamente de bancos e cerca de dois terços dos ativos inadimplentes adquiridos são de créditos à pessoa física”, diz Renato Mazzuqueli, sócio da gestora.
 
A Polo Capital tem um fundo de recebíveis especializado em comprar créditos vencidos tanto de bancos como do varejo. A gestora já comprou ativos da Lojas Marisa com lastro em recebíveis de cartão de crédito e com pagamento em atraso há mais de seis meses. “O mais comum é comprarmos operações específicas de dívida de empresas com bancos”, diz Rogério Bimbi, sócio da Polo.
 
De acordo com o relatório “Doing Business 2013”, do Banco Mundial, a taxa de recuperação de créditos insolventes no Brasil é de 15,9% do total em atraso, e o tempo para reaver os recursos é de, em média, quatro anos. Já nos EUA, essa taxa chega a 81,5% e leva, em média, 1,5 ano. A recuperação do crédito no Brasil após cinco anos é mais difícil, já que o nome do devedor, tanto pessoa física quanto jurídica, é retirado de cadastros negativos como o do Serasa.
 
Neste ano, o número de pedidos de recuperação judicial cresceu 26,56% em relação ao mesmo período de 2012, somando 324 casos até abril. “Temos visto um aumento da concorrência, com mais gestores entrando nesse mercado, mas também vemos a elevação da inadimplência que deve ampliar a oferta de ativos”, afirma Carlos Catraio, sócio da Brasil Distressed (BrD) junto com José Guilherme Lembi de Faria.
 
A BrD tem comprado dívida de empresas problemáticas e que não envolvam disputa comercial, com pelo menos seis meses de inadimplência. No ano passado, os investimentos nesses ativos somaram R$ 300 milhões.
 
Quem atua no setor defende que, para os bancos, a venda de carteiras com atraso acima de seis meses, já provisionadas como perda, pode ser interessante porque traz uma receita que pode ser dedutível de imposto no caso das instituições que apresentam lucro.
 
Fonte: Valor Econômico / Silvia Rosa / Felipe Marques – 20.05.13

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