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Se a presidente Dilma Rousseff quer que os bancos reduzam os spreads (diferença entre custo de captação e a taxa final de juros) nas operações de crédito, o setor financeiro quer uma queda nos custos indiretos que incidem sobre a atividade. “O que se tem sempre é a preocupação com o melhor desenvolvimento de estruturas que permitam o crescimento sustentável do sistema financeiro”, diz uma fonte do setor ao Brasil Econômico.

De acordo com a fonte, há um conjunto de demandas direcionadas ao governo que, se adotadas, ajudariam na redução dos spreads. A primeira delas é de cunho fiscal que, na visão do setor, atinge tanto os credores como os tomadores de crédito. Como exemplo, há o Imposto sobre Operações Financeiras (IOF), que incide nas operações de crédito e é pago pelo tomador. “Isso já é uma aberração. O consumidor é penalizado por um imposto só porque precisa de dinheiro e não porque produziu riqueza”, avalia o executivo.

No caso dos tributos cobrados dos bancos, cita o PIS/Cofins, que incide sobre o faturamento, ou seja, sobre as receitas auferidas pelas instituições.

Outra demanda é a redução dos depósitos compulsórios, que é o dinheiro que os bancos são obrigados a deixar no Banco Central. Em tese, sem poder mexer nesses recursos — que podem ser remunerados pela Selic, pela caderneta ou mesmo não ter remuneração —, as instituições buscam obter maior ganho emprestando a parcela que está livre do recolhimento.
Por fim, os bancos querem também uma melhor estrutura para avaliar as garantias que são apresentadas pelos tomadores. “Esses são pontos perenes de atenção”, diz a fonte.

Já a presidente deve, além de pedir esforço dos bancos para a redução dos spreads — ponto sobre o qual já orientou os bancos públicos para que tomem a frente nesse processo —, solicitar maior participação no financiamento de longo prazo. A avaliação do Palácio do Planalto é que não é possível depender só do governo federal, por meio do BNDES, para atender todas as necessidades de investimento.

Com esse intuito, no final de 2009, o governo federal criou as letras financeiras, que são instrumentos que estimulam que os bancos captem recursos no longo prazo. Uma fonte do Palácio afirmou ainda que empresários e banqueiros podem ouvir da presidente sobre a necessidade de se investir mais em pesquisa, desenvolvimento e inovação e que, para isso, é preciso ter demanda e oferta para esse tipo de financiamento.

Estarão presentes no encontro com a presidente Roberto Setúbal, do Itaú, Lázaro de Mello Brandão e Luiz Carlos Trabuco Cappi, do Bradesco. André Esteves, do BTG, também foi convidado, mas sua assessoria não confirmou a participação.

Fonte: Brasil Econômico/ Ana Paula Ribeiro e Simone Cavalcanti – 22/03/2012

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