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A piora das expectativas para a inflação deste ano já começa a contaminar as projeções para 2011 e aumenta a pressão sobre o Banco Central (BC) para que eleve a taxa básica de juros (Selic) na reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) dos dias 16 e 17 de março.

O Relatório Focus, síntese de uma pesquisa realizada pelo BC com dezenas de instituições financeiras e consultorias, mostrou ontem que o mercado subiu pela sexta semana seguida a previsão para o IPCA (índice oficial de inflação do Brasil) de 2010. A estimativa foi de 4,86% para 4,91%. A meta do governo é de 4,50%, com margem de tolerância de dois pontos para cima ou para baixo.

O que mais surpreendeu os investidores, no entanto, foi uma pequena, mas importante alteração, na expectativa de IPCA para o ano que vem. Depois de 86 semanas de estabilidade em 4,50%, o mercado elevou a projeção para 4,53%. “Não é dramático, mas é ruim”, afirmou a economista-chefe do Banco ING, Zeina Latif. “Pode-se dizer que acendeu a luz amarela”, disse o estrategista-chefe do Banco WestLB, Roberto Padovani.

Como a ação do BC é voltada para o futuro, as expectativas dos agentes têm papel crucial na trajetória de inflação. O raciocínio é o seguinte: se o mercado acreditar em inflação mais alta, a profecia tende a se cumprir; se acreditar em inflação na meta, também. Por isso, o BC tenta, ao definir o juro, não só conter o ímpeto da atividade econômica, mas também “ancorar” as projeções para o IPCA o mais perto possível do centro da meta.

Os dois analistas discordam, no entanto, sobre o momento em que o Copom iniciará o esperado ciclo de alta da taxa de juros. Para Zeina, os números do Relatório Focus dão mais subsídio para que o BC comece a agir em março. “Há um consenso de que o juro vai ter de subir. Então, para que esperar?”

Padovani mantém a expectativa de que a Selic só vai ser elevada a partir de abril. “A estimativa para a inflação futura está muito ligada à inflação corrente. Como os últimos índices surpreenderam para cima, muita gente se assusta”, ponderou. Hoje, a taxa básica de juros está no menor nível da história do País, 8,75% ao ano.

O economista-chefe do Banco BNP Paribas no Brasil, Alexandre Lintz, é um dos poucos analistas de mercado que avaliam que o BC só vai mexer no juro no segundo semestre ? no caso dele, em outubro. Lintz atribuiu a alteração na estimativa de IPCA de 2011 a questões estatísticas. “Quando o modelo matemático de projeção é atualizado com os índices mais recentes, que vieram acima do esperado, automaticamente se joga para cima a inflação de 2011”, afirmou.

Em um evento em São Paulo, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, voltou a pressionar o BC para que não eleve o juro.

Fonte: O Estado de S.Paulo/Leandro Modé e Fabio Graner – 02/03/10

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