O estoque total de crédito do sistema financeiro, consideradas operações com recursos livres e direcionados, totalizou R$ 2,43 trilhões em março, um avanço de 1,8% ante fevereiro, e de 16,7% em doze meses, de acordo com o Banco Central (BC). Este foi o maior aumento de 2013, já que no mês anterior a alta havia sido de 0,7%, e em janeiro permaneceu estável ante dezembro.
Entre as pessoas físicas, o incremento no mês passado foi de 1,4%, para R$ 1,11 trilhão, enquanto entre as jurídicas o aumento chegou a 2,2%, para R$ 1,32 trilhão.
A relação crédito/PIB alcançou 53,9%, ante 53,3% em fevereiro, e 49,3% em igual período do ano passado.
As concessões com recursos livres e direcionados somaram R$ 280 bilhões em março, crescimento de 10,4% na margem, em função da sazonalidade do período, e também do maior número de dias úteis (dois a mais).
No caso das concessões entre pessoas jurídicas o avanço foi de 13,7%, para R$ 144 bilhões, e entre as físicas, de 7%, para R$ 136 bilhões.
O saldo dos empréstimos com recursos livres totalizou R$ 1,41 trilhão, alta de 1,5% no mês, de 12% em doze meses, e que representa 31,4% do PIB.
Já o saldo das operações de crédito direcionado chegou a R$ 1,016 trilhão, evolução de 2,3% ante fevereiro, de 24,1% em 12 meses, e que corresponde a 22,5% do PIB.
A fatia dos bancos públicos no total do crédito do sistema chegou a 48,7% em março, contra 44% em março de 2012, para R$ 1,181 trilhão. No caso das instituições privadas, houve queda de 3,2 pontos percentuais, para 35,4%, a R$ 860 bilhões. Os bancos estrangeiros, por sua vez, tiveram perda de 1,4 ponto, para R$ 386 bilhões.
Os financiamentos imobiliários cresceram 2,6% na margem, 32,9% em 12 meses, para R$ 318 bilhões, ou 7,1% do PIB.
A taxa média geral de juros nas operações de crédito caiu 0,2 ponto em março, a 18,5% ao ano, primeira queda do ano (em janeiro, havia tido a primeira alta após 10 meses, de 0,5 ponto, e de 0,1 ponto em fevereiro).
O BC destaca que o movimento tem relação com as taxas dos empréstimos às famílias, que viu sua média recuar para 24,4%, contra 24,9% em fevereiro, puxada pela baixa de 0,6 ponto nos juros das modalidades com recursos livres, como crédito pessoal não consignado, veículos e cheque especial.
O spread bancário caiu 0,3 ponto na margem, para 11,7 pontos, contra os 15,3 pontos doze meses atrás.
A inadimplência, referente aos atrasos acima de 90 dias, ficou estável em 3,6% ante fevereiro, que representa queda de 0,2 ponto em doze meses.
Para o chefe do Departamento Econômico do (BC), Tulio Maciel, o momento mais crítico da inadimplência ficou para trás e há espaço para redução. Segundo ele, houve aumento do calote no passado, principalmente, para as famílias. “De lá pra cá, há uma redução gradual”, disse. A maior taxa de inadimplência desse segmento registrada no passado foi 8,2%, em maio, agosto e setembro.
Maciel diz que a alta da inadimplência em 2012 é explicada ainda pelos financiamentos de compra de carros com prazos muito longos e com menos exigências dos bancos para a concessão de crédito, em 2010, o que geraram efeitos em 2011 e no ano passado.
Fonte: Brasil Econômico / Lucas Bombana / ABr – 29.04.13