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Devido ao agravamento da crise internacional, o Banco Central já projeta que as exportações brasileiras deverão sofrer queda de cerca de 4% no ano que vem, o que, se confirmado, será o primeiro recuo nas vendas de mercadorias ao exterior desde 1999.

Pelas contas do BC, o país irá exportar US$ 193 bilhões em 2009, contra US$ 200 bilhões esperados para este ano. Apesar da queda, a previsão do BC ainda é mais otimista que os US$ 170 bilhões projetados pela CNI (Confederação Nacional da Indústria).

Segundo a estimativa do BC, o pior desempenho das exportações só não terá impacto maior nas contas externas do país porque também se espera que, com a alta do dólar e a desaceleração da economia brasileira, as importações cresçam num ritmo mais lento no ano que vem. De qualquer forma, o BC estima que o superávit da balança comercial vá cair para US$ 14 bilhões em 2009, contra US$ 23,5 bilhões neste ano.

O chefe do Departamento Econômico do BC, Altamir Lopes, diz que o pior desempenho das exportações reflete a expectativa de desaquecimento da economia mundial, que afeta as vendas do Brasil de duas maneiras. Uma é a queda na procura propriamente dita por produtos exportados pelo país. A outra é o recuo nos preços das commodities, que têm grande peso na pauta de exportações.

Para compensar o efeito negativo que a queda das exportações tem sobre as contas externas, o BC conta com a alta do dólar, que deve provocar uma redução nas remessas de lucros e nos gastos de turistas brasileiros no exterior.

Neste ano, o total de dividendos enviados para fora do país deve somar US$ 33,7 bilhões, uma alta de 50% em relação a 2007. Esse movimento foi puxado pela valorização do real observada, principalmente, no primeiro semestre deste ano e pelas remessas feitas por setores como o automotivo e o financeiro, que aproveitaram os ganhos apurados no Brasil para cobrir prejuízos sofridos pelas suas matrizes no exterior.

Diante dessa escalada, o BC projetava, em setembro, que mais US$ 30 bilhões em lucros e dividendos deixariam o Brasil no ano que vem. Ontem, essa estimativa foi reduzida para US$ 20 bilhões. Essa redução mais do que compensa a queda no superávit da balança comercial e, ainda segundo o BC, deve fazer com que o déficit nas contas externas de 2009 seja um pouco menor que o deste ano.

Até novembro, o saldo em transações correntes (que contabiliza a compra e a venda de bens e serviços com outros países) estava negativo em US$ 25,8 bilhões, valor que deve subir e fechar 2008 em US$ 29,6 bilhões. Para 2009, o BC estima déficit de US$ 25 bilhões.

O economista Antônio Corrêa de Lacerda, professor da PUC-SP, diz que, apesar da crise, o Brasil não deve enfrentar grandes problemas para equilibrar suas contas externas. “A situação não é muito confortável, mas é administrável”, diz.

Segundo Lacerda, a desaceleração da economia brasileira deve ajudar a conter as importações, contribuindo para evitar uma alta mais forte no déficit em transações correntes. Esse saldo negativo, por sua vez, pode continuar sendo financiado caso o fluxo de investimentos estrangeiros para o país não sofra muito com a crise internacional. Nas contas dele, essas aplicações devem ficar em US$ 25 bilhões, projeção menos otimista que os US$ 30 bilhões previstos pelo BC.

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