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O Banco Central (BC) criou estímulos para os bancos financiarem grandes empresas, compradores de imóveis e assalariados. Diversas operações de crédito voltadas para esses públicos vão passar a consumir menos capital das instituições financeiras. Pelos cálculos do Banco Central, as novas regras vão criar um alívio de cerca de R$ 15 bilhões no requerimento mínimo de capital do conjunto das instituições financeiras.
 
A exigência de capital para transações de crédito consignado – aquele com desconto direto na folha de pagamento – com prazos superiores a 60 meses caiu pela metade. Uma operação de R$ 100 entrava nos cálculos de capital como R$ 300, enquanto agora passa ser de R$ 150.
 
Na avaliação de Thiago Escrivão, gerente de risco da FBM Consulting, a medida beneficia bancos que concentram esses tipos de carteira, caso do Banco do Brasil, e de bancos médios especializados em consignado.
 
No caso do crédito imobiliário, caso haja alienação fiduciária e o valor financiado não ultrapasse 80% do preço do imóvel, o chamado “fator de ponderação” cai de 50% para 35%. Modalidades de crédito garantidas por imóveis hipotecados ou alienados também vão demandar menos recursos. Com a maior carteira de financiamento imobiliário do mercado, com R$ 200 bilhões, a Caixa deve ser bastante beneficiada.
 
Segundo o Valor apurou, as mudanças feitas pelo BC tiveram como objetivo tornar a exigência de capital dos bancos brasileiros mais parecida com a dos estrangeiros. Como são operações com garantias, a autoridade entendeu que poderia liberar mais capital.
 
No caso das grandes empresas, com mais de R$ 100 milhões em operações de crédito, o peso caiu de 100% para 75%. Isso vale se o volume de empréstimos da companhia no banco não superar 10% do patrimônio de referência. “A redução é consequência da observação de um nível de inadimplência significativamente inferior às exposições de pequenas e médias empresas no Brasil”, diz o BC.
 
Apesar da folga de R$ 15 bilhões que essas medidas vão trazer, em outra ponta, a autoridade passou a exigir mais capital. O chefe do departamento de normas do BC, Sérgio Odilon dos Anjos, informou que passará a ser cobrado um capital mínimo para fazer frente a riscos de operações com derivativos de balcão, ou seja, fora da bolsa de valores. Ele não forneceu uma estimativa do impacto. A nova exigência busca contemplar, para efeitos de requerimento de capital, riscos referentes à marcação a mercado dos ativos envolvidos nas operações.
 
Segundo Escrivão, a alteração na exigência de capital relacionado à exposição a risco, que não estava prevista no edital lançado pelo BC no ano passado, deve afetar mais os grandes bancos. Em geral, são as instituições de maior parte que fazem muitas operações estruturadas envolvendo derivativos, para obter ganhos financeiros.
 
Também implicarão aumento de capital exigido as exposições a risco decorrentes de operações próprias dos bancos em sistemas ou câmaras de liquidação onde exista contraparte central, como a bolsa de valores. O fator de ponderação nesse caso será de 2%. O BC decidiu colocar um fator baixo de ponderação justamente para estimular operações em câmaras onde exista contraparte central.
 
Fonte: Valor Econômico / Mônica Izaguirre / Carolina Mandl / Karin Sato – 04.03.13

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