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A inflação brasileira estará no centro da meta, de 4,5%, em 2012. O Banco Central (BC) não abre mão desse horizonte, reafirmado na ata do Copom. Nos cenários de referência e de mercado, as projeções de inflação para o ano que vem caíram e estão ao redor da meta. Na ata da reunião do Copom em julho, essas projeções superavam o alvo perseguido pelo BC. Para o primeiro semestre de 2013, os prognósticos se mantêm próximos à meta nas duas atas.

A análise ponto a ponto das duas últimas atas mostra que a diretoria do BC apostou suas fichas no compromisso de o governo manter a austeridade fiscal e na possibilidade de as principais economias sofrerem forte desaceleração, arrastando o mundo para um processo desinflacionário.

Em 45 dias, o discurso do BC sobre o cenário externo sofreu uma mudança radical. O Copom continua sustentando que o sinal é de deterioração externa. Só que, de julho para agosto, as indicações que eram de inflação crescente passaram a ter viés desinflacionário. Sobre a reunião de julho, diz o Copom: “A trajetória dos índices de preços mostra clara disseminação de pressões inflacionárias nas principais economias”. Após o encontro de agosto, o comitê avalia que o cenário internacional “manifesta viés desinflacionário no horizonte relevante”.

A ata divulgada ontem, que deflagrou o ciclo de afrouxamento monetário, ganhou um novo parágrafo para destacar que a fragilidade da economia global vai potencializar a desaceleração doméstica e, dessa forma, “o balanço de riscos para a inflação se torna mais favorável”.

Além disso, as promessas de mais austeridade fiscal do governo passaram a ter uma conotação mais enfática. O aumento do superávit primário de 2011, anunciado pelo Ministério da Fazenda às vésperas da reunião do Copom, foi incorporado na ata. A diretoria do BC trabalha com a perspectiva de que a meta fiscal seja cumprida “sem ajustes”.

O Copom atualizou a relação entre o superávit primário e o Produto Interno Bruto (PIB) para 3,15% neste ano ante 2,9% da ata da reunião de julho. Quanto a 2012, o resultado fiscal esperado segue em 3,1% do PIB. O mesmo resultado é esperado para 2013.

Além dos ajustes de dados, o Copom mudou sua visão da contribuição fiscal também na retórica. Agora, o BC avalia que as “iniciativas recentes reforçam um cenário de contenção das despesas do setor público”. Na ata anterior, considerava que os impulsos fiscais ainda teriam impacto na expansão da atividade, “em que pese iniciativas recentes apontarem contenção das despesas do setor público no primeiro semestre”.

Em vários trechos do novo documento, o BC salienta a ajuda da política fiscal para a convergência da inflação ao centro da meta, embora mantenha o parágrafo em que lembra que essa tarefa cabe essencialmente à política monetária. Se na ata da reunião de julho o Copom citava que “importantes decisões” estavam em curso e reforçavam o processo de consolidação fiscal, agora o discurso é mais enfático. “A esse respeito, na avaliação do Comitê, a recente revisão do cenário para a política fiscal torna o balanço de riscos para a inflação mais favorável.”

Há mudanças ainda na avaliação da atividade, em especial sobre a utilização da capacidade instalada. Nesta última ata, o Copom introduz o comentário de que “o nível de utilização da capacidade instalada tem recuado e se encontra abaixo da tendência de longo prazo, ou seja, está contribuindo para a abertura do hiato do produto e para conter pressões de preços”.

Não bastasse a surpresa de boa parte do mercado com o corte do juro em 0,50 ponto percentual na semana passada, o Copom voltou a surpreender ao sugerir que serão “moderados” os ajustes no nível da taxa básica condizente com a inflação na meta em 2012.

Fonte: Valor Econômico/Angela Bittencourt e Daniela Machado – 09/09/2011

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