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Os bancos privados perderam o fôlego na primeira metade do ano e coube ao setor financeiro público sustentar a maior parte da expansão do crédito no Brasil. Embalados pela pressão do governo para emprestar a taxas mais baixas, as instituições financeiras de controle estatal aceleraram o ritmo de crescimento de suas carteiras de financiamentos, enquanto os bancos privados diminuíram a velocidade, na tentativa de resolver seus problemas de inadimplência.
 
Os dados de junho, os mais recentes divulgados pelo Banco Central (BC), ilustram com clareza o quadro. O saldo total de operações de crédito no mês ficou em R$ 2,2 trilhões, alta de 18,1% em 12 meses. O avanço foi consideravelmente maior nas operações de crédito de bancos públicos, que avançaram 27,1% em doze meses até junho. Em doze meses até junho de 2011, a alta havia sido de 19%.
 
Para os bancos privados de controle nacional, o crescimento do saldo de operações de crédito em doze meses até junho foi de 9,6%, menor percentual de crescimento desde janeiro de 2010. Em junho de 2011, os financiamentos dessas instituições acumulavam crescimento de 22,3% em um ano.
 
Assim, os bancos públicos responderam por mais da metade do crescimento de 18,1% no saldo de crédito em um ano. Os repasses diretos do Banco Nacional de Desenvolvimento (BNDES) contribuíram com 2,4 pontos percentuais desse crescimento e outros 8,9 pontos vieram dos demais bancos públicos. Os privados foram responsáveis por 6,5 pontos dessa alta. Os cálculos são do Credit Suisse, com dados do BC. Desde abril de 2012, a contribuição dos bancos públicos (excluindo o BNDES) para o crescimento do crédito tem superado a dos privados.
 
A primazia dos bancos públicos, porém, não é uma situação inédita. Ela repete um cenário visto em outros momentos de aumento da inadimplência, como em 2009, por exemplo, após a quebra do Lehman Brothers, e reflete a aversão a risco das instituições privadas. “A tendência histórica é que, mais adiante, quando o risco diminuir, os bancos privados voltem a apresentar um crescimento maior”, avalia Nilson Teixeira, do Credit Suisse. “Há uma redução dos spreads bancários como um todo com mais oferta de crédito pelas instituições públicas.”
 
É justamente a queda nas margens das operações de crédito que diferencia o atual avanço dos bancos públicos daquele ocorrido no passado. Com essas instituições puxando para baixo as margens dos financiamentos, houve inversão de uma tendência vista anteriormente, quando picos de inadimplência eram acompanhados por ganhos nos spreads, observa Aloisio Lemos, analista da Ágora Corretora.
 
“Os bancos públicos estão sendo usados como instrumento de política anticíclica, para segurar a desaceleração do crédito”, afirma Nicola Tingas, economista-chefe da Acrefi, associação que reúne financeiras. Ele diz que o recuo dos privados é “natural”, considerando, além da inadimplência, a proximidade de regras mais rígidas de exigência de capital dos bancos.
 
Tingas também acredita que a perda de velocidade dos bancos privados vai acabar quando os calotes derem sinais mais claros de estabilização. Enquanto isso, será tempo de revisão de modelos de negócios, caso do foco maior em empréstimos consignados, cita.
 
Fonte: Valor Econômico/ Felipe Marques – 02/08/2012

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