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Os riscos macroeconômicos globais diminuíram no curto prazo, embora o mundo continue perigoso no médio prazo, alerta o Fundo Monetário Internacional, que começou sua reunião de primavera em Washington. As mais terríveis ameaças para a estabilidade foram afastadas – a ruptura do euro e a queda dos Estados Unidos no “abismo fiscal”. O Fundo projeta que a economia mundial crescerá menos do que anteriormente previsto, 3,3%, e não 3,5%, com a zona do euro em recessão neste ano e em baixa expansão em 2014. Os Estados Unidos estão mais perto do que os demais países avançados de voltar a um crescimento robusto e os países emergentes continuarão sendo os mais dinâmicos do planeta, com média de avanço de suas economias de 5% em 2013 e 6% em 2014. O FMI prevê uma expansão de 3% e 4%, respectivamente, para o Brasil.
 
Os alertas mais sombrios do Fundo dizem basicamente respeito à situação dos bancos, especialmente os europeus, mas não só a eles. Uma conjunção de fatores negativos, como a explosão da crise das dívidas soberanas, boa parte delas nas mãos das instituições financeiras, uma recessão forte e alavancagem muito alta antes de várias bolhas serem furadas pela crise, deixou os bancos europeus em péssima situação. Eles continuam em dificuldades, embora tenham melhorado razoavelmente sob coerção das autoridades da zona do euro e do G-20. No geral, estima o FMI, para ter capital de proteção adequado, consertar balanços desequilibrados e reduzir sua dependência de financiamentos no varejo, os bancos europeus precisam arrumar ainda mais € 1,5 trilhão. Não é pouco dinheiro e o ambiente no qual fazem negócios não ajuda.
 
O aperto de crédito na zona do euro permanece após anos de crise, complementado por uma drástica redução também da demanda por empréstimos. Nos países da periferia da zona do euro, a dívida das empresas é muito alta – atinge, por exemplo, 180% do PIB na Espanha, 160% em Portugal, 270% na Irlanda e 120% na Itália. Os bancos continuam se ajustando em meio a consumidores sem capacidade para tomar novos créditos e empresas que precisam passar por séria desalavancagem. Poderia, no entanto, ser pior, se o Banco Central Europeu, com seu programa de “transações monetárias de longo prazo”, não lhes tivesse tirado o peso da crise da dívida soberana das costas – ainda que momentaneamente.
 
Em resumo, o FMI adverte que a zona do euro ainda poderá dar muita dor de cabeça se as reformas inacabadas – regras comuns para os bancos, entidade única de supervisão, união bancária, capitalização e consolidação do sistema financeiro – estagnarem ou demorarem demais para ser implantadas.
 
Outro risco relevante, embora pareça remoto, é o da elevação dos juros, hoje em nível próximo de zero, com a reversão das políticas de afrouxamento monetário por parte dos bancos centrais na Europa, EUA e Japão. Essas políticas continuam estimulando a tomada de posições de risco em vários mercados e uma mudança de ventos poderá provocar estragos generalizados, se as autoridades monetárias não começarem a agir preventivamente agora. De qualquer forma, a previsão do Panorama Econômico Mundial é de que os juros permanecerão baixos por vários anos.
 
O Fundo menciona outra ameaça de médio prazo: a redução do potencial de crescimento do produto de países econômicos-chaves, como os Brics – Brasil, Índia, Rússia, China e África do Sul. Os economistas da instituição estimam que se os investimentos nesses países forem desapontadores, a economia global reduzirá seu ritmo de marcha, e os preços das commodities cairão. Se os capitais que hoje fluem fortemente para os emergentes se reverterem nesse contexto, o Fundo prevê que a expansão global poderá cair para menos da metade da atual e chegar a 1,5%, naquela que seria a “primeira recessão da produção mundial originada em economias emergentes”.
 
No curto prazo, os emergentes terão, segundo o FMI, de se preocupar em impedir o surgimento de bolhas de ativos, impulsionadas também por ingresso de capitais externos. O Brasil tem uma dívida bruta e líquida em relação ao PIB bem superior à media dos países emergentes e o FMI recomenda o cumprimento de metas fiscais de 3,1% do PIB. Para o Brasil e alguns outros emergentes, sugere o uso da política monetária (juros mais altos) e de medidas prudenciais para frear, por exemplo, uma expansão exagerada do crédito.
 
Fonte: Valor Econômico – 19.04.13

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