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A aposta dos fundos de investimento na alta do dólar tem ajudado a impulsionar a valorização da moeda americana em relação ao real. Os investidores institucionais aumentaram a posição líquida comprada em dólar (aposta na alta da moeda americana) no mercado futuro de US$ 12,964 bilhões no fim de dezembro para US$ 20,054 bilhões em 27 de junho. O tamanho dessa posição em dólar carregada pelos fundos em junho, que atingiu o pico de US$ 25,512 bilhões no dia 21, representa o maior patamar desde 1999, de acordo com dados da BM&FBovespa.
 
Esses investidores têm absorvido parcela importante dos montantes vendidos pelo BC em suas intervenções, o que tem refletido no aumento de suas posições compradas. Além disso, gestores também utilizam o mercado futuro de dólar para buscar proteção para posições no mercado de renda fixa, uma vez que a saída de recursos de estrangeiros desses ativos tende a puxar o dólar para cima.
 
Para analistas, houve um certo exagero nas apostas na valorização do dólar, o que acabou por provocar a correção vista na semana passada, quando a moeda americana acumulou queda de 0,53%.
 
Na sexta-feira, no entanto, o dólar voltou a mostrar força nos negócios pela manhã, o que fez com que o BC vendesse quase US$ 4 bilhões em contratos de swap. Isso, porém, não foi suficiente para conter a alta da moeda no dia, que subiu 1,64%, cotada a R$ 2,232. No mês, o dólar teve elevação de 4,15%; no ano, de 9,25%.
 
O total já ofertado pelo BC via contratos de swap (que tem o efeito de uma venda de dólares no mercado futuro) neste ano soma US$ 22,854 bilhões – excluindo a operação de rolagem realizada no dia 25 de junho.
 
A moeda americana chegou a atingir a máxima de R$ 2,258 no dia 20 de junho, após o discurso do presidente do Federal Reserve (Fed, o banco central dos Estados Unidos), Ben Bernanke, sinalizar a possibilidade de início da retirada dos estímulos monetários pelo Fed já neste ano. “Houve um exagero provocado por um movimento de manada”, diz Marcelo Pacheco, gerente-executivo de fundos multimercados e offshore da BB DTVM.
 
Alguns gestores começaram a reduzir a posição comprada em dólar. Na semana passada, houve até quem ganhasse com a queda da moeda americana, como a BB DTVM. “Acho difícil o dólar voltar para R$ 2, mas um patamar de R$ 2,25 é caro. A cotação de equilíbrio seria algo entre R$ 2,10 e R$ 2,15”, afirma Pacheco.
 
Para o longo prazo, o gestor da BB DTVM acredita que vale a pena manter uma posição comprada em dólar, caso a moeda retorne para o patamar de R$ 2,10. “A tendência é que o real se deprecie um pouco, pois o Brasil precisa ficar mais competitivo”, diz Pacheco.
 
Os gestores acreditam que a correção nas moedas de mercados emergentes no mês de junho deve se atenuar, embora moedas atreladas a commodities ainda possam sofrer com sinais de desaceleração da China e a perspectiva de crescimento menor desses mercados.
 
Segundo Gustavo Schwartzmann, gestor dos fundos de moedas da Credit Suisse Hedging-Griffo (CSHG), o desmonte de posições em moedas emergentes, verificado desde o fim de maio, contribuiu para uma recuperação do euro e do iene frente ao dólar. Investidores utilizaram essas moedas para montar estratégias de aposta na valorização das divisas emergentes. Assim, eles mantinham uma posição vendida em euro ou iene, que estavam mais “baratas” que o dólar, contra outra posição comprada em divisas de emergentes.
 
Para Schwartzmann, os dados dos mercados de consumo e imobiliário dos Estados Unidos apontam para uma recuperação da economia americana e sustentam a tendência de valorização do dólar em relação às principais moedas.
 
Nesse cenário, a CSHG aposta na valorização do dólar principalmente em relação ao franco suíço e ao iene. “A aposta da valorização do dólar frente ao iene voltou a ficar atrativa diante da manutenção pelo governo japonês dos programas de estímulos monetários e fiscais”, diz Schwartzmann. No ano, o iene cai 11,3% em relação ao dólar.
 
Já em relação às moedas europeias, Schwartzmann lembra que a Europa está passando por um processo desalavancagem do mercado de crédito e deve manter baixa a taxa básica de juros por mais tempo para estimular a recuperação da economia. Além disso, a alta das taxas dos títulos do Tesouro americano ampliou o diferencial de taxa de juros entre os Estados Unidos e outros mercados desenvolvidos como o Japão e Europa, favorecendo o aumento das alocações no mercado americano.
 
Para o longo prazo, o superintende-executivo de investimentos da Santander Asset Management, Eduardo Castro, acredita que ainda existe um espaço para a valorização do dólar frente às moedas de emergentes. A aposta na valorização do dólar diante de real, dólar australiano e peso mexicano trouxe ganhos para a gestora do Santander nos últimos três meses. “Reduzimos essas posições e estamos aguardando o melhor momento para retornar.”
 
O sócio do Brasil Plural e responsável pela gestora, Carlos Eduardo Rocha, também espera o fortalecimento do dólar em relação às dividas de países exportadores de commodities, em função da desaceleração do crescimento da China e da recuperação da economia americana. A gestora teve ganhos com a aposta na alta do dólar americano contra o dólar australiano, que acumula desvalorização de 10,87% no ano, até 27 de junho.
 
No caso do real, segundos os gestores, fatores internos pressionam a desvalorização da moeda como déficit em conta corrente e a política fiscal expansionista.
 
Castro, do Santander, lembra que a expectativa de queda das commodities deve levar a uma piora dos termos de troca (medida da relação entre preços de exportação e importação), com reflexo no aumento do déficit em conta corrente, que hoje alcança 3,2% do PIB.
 
Fonte: Valor Econômico / Silvia Rosa – 01.07.13

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