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Mesmo com o dólar mais favorável neste ano para se buscar financiamento externo, com queda de 2,13% em relação ao real, a expectativa é de que o volume captado lá fora seja menor. Recursos não faltarão para as empresas, dada a forte liquidez internacional, mas boa parte delas está capitalizada e o custo para financiamento, incluindo operações de “hedge”, aumentou, perdendo competitividade para o mercado local. A exceção fica por conta de linhas bilaterais atreladas à exportação, cujas condições seguem atrativas.
 
No mercado de capitais internacional, neste ano, emissores brasileiros que lançaram ofertas de bônus encontraram forte demanda. No entanto, as operações foram menores, concentradas num perfil de crédito mais arriscado. No total, considerando apenas empresas, foram levantados US$ 6,7 bilhões. No mesmo período do ano passado, esse volume já estava em US$ 17 bilhões, por conta de grandes operações de grandes emissores.
 
A Oi, segundo Bayard Gontijo, diretor de tesouraria e de relações com investidores da companhia, não planeja emitir bônus no exterior neste ano. “Não temos nenhuma pressão para captar recursos, e o custo para fazer “hedge” aumentou”, explica o executivo.
 
Para Alexandre Guião, do HSBC, as condições para emissão de bônus no mercado internacional continuam favoráveis, com as taxas do títulos do Tesouro americano ainda em níveis muito baixos, o que leva os investidores a uma busca por papéis com maior retorno. Para se ter ideia, a taxa do título de dez anos, considerado um “benchmark” para as emissões de bônus, estava em 1,67%, perto da mínima histórica. “Isso acaba atraindo as empresas a emitirem bônus no exterior”, afirma Guião.
 
Os empréstimos de recursos por meio de linhas externas de médio e longo prazo (com vencimento acima de 360 dias) também continuam com condições atrativas, sobretudo depois da redução do prazo, de dois para um ano, para incidência da alíquota de 6% do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF), em dezembro do ano passado. No ano até março, os desembolsos dessas linhas somava US$ 3,018 bilhões, praticamente no mesmo patamar do ano passado, que ficou em US$ 3,069 bilhões.
 
Apesar da concentração neste ano em empréstimos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico Social (BNDES), a SLC Agrícola não descarta a possibilidade de contratar linhas de financiamento à exportação para capital de giro. “Essas linhas continuam com custo atrativo se comparadas com o dos empréstimos no mercado doméstico”, afirma Ivo Marcon Brum, diretor financeiro e de relações com investidores da SLC.
 
Segundo o executivo, o custo dessas linhas para a empresa está em torno de 1,5% a 2,5% mais a Libor de seis meses, o que implica em custo efetivo de 3% para um prazo médio de cinco anos. Já as taxas no mercado bancário doméstico estavam próximas de 8,25% ao ano para o mesmo prazo.
 
A contratação de linhas externas de crédito de longo prazo também pode ser interessante para as empresas que não têm receita em dólar. Segundo Antonio Calheiros, diretor de mesas de clientes e vendas especializadas do Itaú BBA, essas operações seguem atrativas, uma vez que levam em conta a Libor, sobre a qual o custo do empréstimo é balizado, mais a taxa do cupom cambial, que representa a taxa de juros em dólar no mercado interno e é usado pela empresas emissoras para proteger os passivos em dólar. Apesar de o custo do “hedge” ter ficado mais caro em relação ao ano passado, a Libor de seis meses, utilizada como referência para os empréstimos, caiu e está hoje em 0,43%. (AB e SR)
 
Fonte: Valor Econômico / Alessandra Bellotto / Silvia Rosa – 30.04.13

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