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O relatório de inflação que será divulgado hoje no Reino Unido pode apontar para mais ações de flexibilização monetária pelo Banco da Inglaterra (BoE). Não para já, mas em novembro, quando novo documento será publicado. E não pela via dos juros, já em 0,5%, mas pela compra de ativos (“Gilts”).
 
O passo lento da economia britânica associado à queda da inflação vem dando suporte às apostas de que o Banco da Inglaterra vai lançar mão de mais um programa, nos moldes daquele feito no início de julho, em companhia do Banco Central Europeu (BCE) e do Banco Popular da China (PBoC).
 
Naquele momento, o BCE cortou a taxa de financiamento (Refi) de 1% para 0,75%, a taxa de depósitos de 0,25% para zero e a taxa de longo prazo (“Marginal Rate Facility”) de 1,75% para 1,50%. O PBoC surpreendeu e cortou a taxa de juros de depósitos em 25 pontos-base, para 3%, e a de empréstimos em 31 pontos-base, para 6%.
 
O BoE, por sua vez, ampliou em 50 bilhões de libras o programa de compra de ativos, a 375 bilhões de libras. Esse programa tem duração até novembro, daí a expectativa de que os efeitos dessa injeção de liquidez via compra de Gilts e os dados da economia real possam ser avaliados até lá. Considerando o andar da carruagem na Europa, é difícil desenhar um quadro de recuperação consistente ao longo do segundo semestre, ao contrário.
 
O PIB britânico do segundo trimestre teve retração de 0,7% na sua primeira estimativa, depois de queda de 0,3% no primeiro trimestre, o que configura recessão técnica. Embora fora da zona do euro, o que em tese dá ao Reino Unido mais flexibilidade para lidar com a crise, a enorme relação com os parceiros da união monetária impacta negativamente a economia e, ao mesmo tempo, atrai forte demanda para seus títulos soberanos, nos moldes do que ocorre com a Alemanha.
 
A produção industrial perdeu fôlego novamente em junho, mostrando um tombo de 4,3% na comparação anual, bem como os PMIs mantêm-se há quatro meses no território negativo. Do lado da inflação, o CPI vem caindo desde setembro, não só pela medida “cheia” (“headline inflation”), que refletiu em larga medida a descompressão do petróleo, mas pelo “core”, o que indica que a fraqueza da atividade já se reflete nos preços. Tanto o CPI como seu core estão girando em torno de 2%, que é a meta do banco central.
 
O HSBC apontou, em relatório, que o CPI do Reino Unido tem se mostrado abaixo das previsões do BoE divulgadas no relatório de inflação de maio. Os economistas da casa esperam, portanto, que o relatório de agosto sinalize que os riscos à inflação são para baixo, elevando a probabilidade de que novas medidas de estímulo sejam anunciadas em novembro.
 
O BofA também considera plausível que o BoE sinalize novas medidas de afrouxamento no relatório de inflação de amanhã. Em nota, o banco defende que o PIB abaixo do esperado no segundo trimestre e a queda brusca do PMI industrial em julho são sinais de uma economia enfraquecida, o que deve pesar nas próximas decisões do banco central inglês.
 
Já o Nomura espera que a mensagem principal do relatório de inflação seja a proximidade da flexibilização, embora mais modesta do que as anteriores. Segundo a casa, mais uma vez o BoE terá que decidir sobre quanto da fraqueza recente vai incorporar em suas previsões e em que medida ela é causada pelo fator oferta e demanda. O Nomura permanece “extremamente pessimista” sobre o crescimento potencial do Reino Unido. As projeções do banco central para o médio prazo, entretanto, é que devem dar o sinal definitivo para a tomada de decisão por outras opções para ancorar a economia.
 
Fonte: Valor Econômico/ Roberta Costa/ Aline Oyamada – 08/08/2012

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