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Enquanto os países da Zona do Euro navegam por águas conturbadas por causa da crise de dívida soberana, o Tesouro brasileiro aparenta uma tranquilidade raramente vista em momentos de turbulências externas. “A crise internacional está aí, sim, mas em termos de gerenciamento da dívida pública, o Brasil está imune”, garantiu o coordenador da dívida pública, José Franco de Morais.

A menor volatilidade do preço nos leilões de Letras do Tesouro Nacional (LTN, título público com taxa prefixada), pode ser vista como um indicativo de que a situação melhorou bem desde a última chacoalhada nos mercados.
Na última quinta-feira, o papel com vencimento de dois anos foi vendido a 10,55% ao ano, considerando que a taxa básica de juros, a Selic, está em 11% anuais. Se comparada a crises passadas, como em 2008 e 2002, o custo do Tesouro para vender os papéis caiu. Há quatro anos, a LTN de mesmo prazo foi comprada pelo mercado a 16,10% ao ano no momento de pico. “Naquele ano, a taxa pedida era tão alta que o Tesouro Nacional suspendeu seus leilões”, lembra Morais. À época, a Selic estava em 13,25% anuais.

Já em 2002, a situação era pior ainda: além de não conseguir vender títulos acima de seis meses de vencimento, pois os compradores cobravam cada vez mais pelas ofertas, o Tesouro ainda estava pagando 28% ao ano frente a uma taxa básica de 16,25% ao ano. Ou seja, o investidor pedia um prêmio de 11,75 pontos sobre a taxa básica à época, enquanto no leilão mais recente, essa sobretaxa foi de 0,45 ponto.
Morais explica que grande parte do diferencial entre a taxa pedida e a Selic pode ser atribuído à falta de confiança dos investidores nos fundamentos brasileiros que se aflora em momentos de turbulência. “É claro que, se houver muita volatilidade externa no dia do leilão, a taxa acaba sendo marginalmente afetada. Mas, de forma geral, essa crise não gera a menor preocupação”, disse.

Se os fatores externos não preocupam, os olhares se voltam para a cena interna. Segundo Morais, o governo segue com um firme propósito de reduzir a indexação da economia.
Nesse sentido, o Tesouro Nacional tem feito esforços para diminuir cada vez mais as parcelas de títulos de curto prazo atrelados à taxa Selic de fundos de investimentos e de pensão de empresas estatais e aumentar a participação de papéis prefixados.

“Só podemos fazer isso com as estatais. Com relação ao mercado temos que aguardar a mudança gradual e a redução do nível da Selic ajudará”, afirmou, complementando que, atualmente, é mais vantajoso—apesar de parecer incompatível com estratégias de fundos de longo prazo—ter títulos atrelados aos Certificados de Depósitos Interbancários (CDI) porque eles têm rendimento alto e baixa volatilidade.
Mas em novembro foi justamente a parcela de títulos prefixados a única que ficou fora dos parâmetros estabelecidos pelo Plano Anual de Financiamento (PAF). De acordo com dados do Tesouro, os prefixados responderam por 35,34% do total da dívida pública mobiliária federal interna e deveriam ficar entre 36% e 40%.
Hoje o Tesouro faz o último leilão do ano no qual vai ofertar majoritariamente Letras do Tesouro Nacional (LTN) e, como também não haverá vencimentos desse papel, segundo Morais, será possível corrigir estatisticamente essa parcela de títulos para ficar dentro das metas.

Fonte: Brasil Econômico/Simone Cavalcanti – 22/12/2011

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