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Depois de atingir o pico de alta de 7,31% em 12 meses, até setembro, a inflação oficial medida pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) começa a mostrar desaceleração a partir de outubro por um efeito de base forte de comparação. Mas é bom não confundir essa reversão de trajetória com menores pressões de preços, como mostra o índice de difusão com mais de 60% dos produtos em alta, a média dos núcleos (excluem itens mais voláteis) em 6,96%, bem acima do teto de 6,5%, e a inflação de serviços chegando a 9,04% em 12 meses. A desaceleração do indicador em 12 meses a partir de outubro ocorre porque no ano passado esse mês registrou alta de 0,75%, patamar que nem o mais pessimista dos analistas acredita ser possível agora. Ou seja, a comparação com níveis altos nos últimos meses de 2010 deve manter uma trajetória de desaceleração do IPCA ao menos até dezembro. No entanto, as medidas de núcleos indicam pressões contínuas.

De acordo com os dados elaborados pela Rosenberg & Associados, a média dos núcleos em 12 meses saiu de alta de 6,83% em agosto para 6,96% em setembro. “Se olharmos para a taxa anualizada, somente a medida de núcleo que exclui alimentos in natura e combustíveis ficaria abaixo do teto da meta ao registrar 5,54%. Todas as outras medidas de núcleo estourariam o teto”, diz o analista Daniel Lima. Na comparação mensal, a média dos núcleos também subiu. Nas contas do economista do Espírito Santo Investment Bank, Flávio Serrano, a média saiu de 0,42% em agosto para 0,52% em setembro. “No melhor momento de inflação neste ano essa média ficou em 0,37%. Mas o que temos visto é uma tendência ascendente na margem, com a inflação rodando acima de 6% anualizada”, pondera Serrano, que é um crítico severo da postura do Banco Central de “cortar juros quando ainda não se vê sinais claros desinflacionários vindos de fora”. O índice de difusão, ou a quantidade de itens com preços em alta, desacelerou de 64,58% para 61,46% em setembro, mas ainda mostra que as pressões de preços estão bastante dispersas na economia.

Mas o grande desafio e maior inquietude de quem olha para a inflação está longe de indicar melhoras: a inflação de serviços pulou de 8,92% nos 12 meses terminados em agosto para 9,04% em setembro. Intimamente atrelada à renda e ao mercado de trabalho pujante, não há quem veja tendência de alívio no segmento. “A taxa de desemprego dessazonalizada está em 5,9%, patamar que está abaixo do nível natural (aquele que não gera pressões inflacionárias) de desemprego no país que projetamos na casa dos 7%”, observa Serrano, ao acrescentar os reajustes salariais reais em andamento de várias categorias profissionais e a alta do salário mínimo — que deve ficar próxima de 14% — no início do ano como fatores que continuarão a pressionar serviços.

E o desaquecimento do nível de atividade doméstica não se refletirá em menos inflação? A resposta é sim, mas é preciso considerar que a desaceleração em curso é heterogênea e está afetando especialmente o setor industrial. “No curtíssimo prazo vemos alguma desaceleração no varejo, mas não dá para dizer que isso se configure em tendência. O que é possível afirmar em relação ao IPCA é que o indicador não está pior nos últimos meses porque alimentos não estão pressionando como poderiam e os produtos industriais não conseguem aumentar preços”, pondera Serrano.

Fonte: Brasil Econômico/Eva Rodrigues – 10/10/2011

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