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BASILÉIA (SUÍÇA) – O presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, admitiu que há risco de a Europa cair novamente num quadro de recessão, ao sair de uma reunião do G-14, que reúne os principais banco centrais do mundo rico e emergentes, na sede do Banco de Compensações Internacionais (BCI). Ele disse, entretanto, que o BC brasileiro trabalha com o cenário mais otimista: de que a consolidação fiscal que está sendo iniciada hoje por vários países europeus levantará o continente da crise.

A Europa é um dos principais parceiros do Brasil e alguns analistas temem que a crise na zona do euro, que está endividada, se aprofunde e acabe contagiando outros países, inclusive emergentes.

A hipótese básica de trabalho do BC do Brasil não é a de uma segunda recessão. Agora, existe o risco que isso possa vir à acontecer, não só pela questão fiscal, mas por eventual risco pelos bancos, afirmou Meirelles.

A fragilidade dos bancos é uma das principais preocupações de bancos centrais reunidos na Basiléia na sede do BIS que é uma espécie de banco central dos bancos centrais. Analistas temem que que a situação precária de vários bancos, se não for sanada, poderá levar a uma recaída das economias dos países ricos, isto é, a uma nova crise. Até a recuperação americana, que acaba de ser revisada para baixo de 2.7% no primeiro trimestre, é considerada relativamente fraca para um país que mergulhou numa profunda recessão.

Os mercados continuam voláteis. O ajuste fiscal dos europeus é outra fonte de incerteza. Se, de um lado, ela é necessária para sanar os desequilíbrios na zona do euro e reconquistar a confiança dos mercados, de outro, corte drástico de despesas, como anunciaram Alemanha e outros países, no momento em que o continente está saindo de uma recessão, pode fazer a Europa mergulhar novamente na recessão.

Meirelles diz que este cenário pessimista não leva em conta que o ajuste fiscal poderá ser compensado por um “maior apetite por investimento ” e consumo, alimentados por maior confiança no futuro da economia européia.

Que existe um certo nível de incerteza, existe, frisou.

Na reunião do G-14, banco centrais concordaram que as instituições financeiras que não cumprirem as futuras exigências de capital, pilar da reforma do sistema financeiro que está sendo desenhada agora, sofrerão restrições na distribuição de dividendos “e até nos limites de compensação a seus executivos”. Os BCs concordam que bancos e outras instituições financeiras terão que cumprir três exigências: um capital mínimo (hoje de 8%), um “colchão” de capital e outro de liquidez. Ou seja, terão que aumentar os ativos líquidos nos momentos de expansão.

Estas exigências deverão causar ajuste brutal no capital dos bancos nos EUA e na Europa, que resistem às mudanças. Mas falta definir o principal: o capital “mínimo”, a meta para o colchão adicional e o que pode ser considerado ativo líquido.

Meirelles expôs que bancos e instituições financeiras do Brasil estão bem hoje em quase todos estes critérios. Por exemplo: o capital mínimo dos bancos no país atingiu hoje 18%, bem acima dos 8% exigidos pelas regras da Basiléia. Os depósitos compulsórios, por outro lado, formam um ” colchão” líquido.

Outro ponto importante que está em aberto, segundo Meirelles: qual o critério que vai definir o que é um banco grande demais para quebrar? A queda do Lemhan Brothers, nos EUA, que marcou o início da maior crise financeira desde 1929, mostrou que certas instituições financeiras, se quebrarem, arrastam todo o sistema finaceiro para o colapso.

Há consenso, por exemplo, de que as exigências de capital para grandes bancos que não podem quebrar vão ter que ser maiores. A questão é definir quais bancos se enquadram no critério.

Fonte: O Globo – Deborah Berlinck

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