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A InvestRio, agência de desenvolvimento do Estado do Rio de Janeiro, vai entrar na área de microcrédito, acompanhando o esforço do Estado para pacificar as favelas fluminenses. O presidente da instituição, Maurício Chacur, disse ao Valor que a primeira iniciativa será na favela de Manguinhos, uma das mais violentas da capital, tão logo lá seja instalada uma Unidade de Polícia Pacificadora (UPP), esperada para as próximas semanas. Segundo Chacur, a InvestRio será uma parte importante da estratégia de integrar socioeconomicamente as comunidades pacificadas.

As UPPs foram idealizadas no final de 2008 como estratégia para expulsar o poder paralelo (bandos armados) das comunidades pobres do Estado. A primeira foi implantada no morro Dona Marta, em Botafogo, zona sul da capital. “Estamos nos estruturando para entrar nas áreas pacificadas”, disse Chacur. Manguinhos, favela da zona norte da capital que está sendo objeto de uma grande intervenção do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), foi escolhida para iniciar o projeto, mas Chacur espera ampliar logo o programa para outras áreas.

Segundo o presidente da InvestRio, o modelo a ser adotado pela instituição na área de microcrédito será o do Crediamigo, programa do Banco do Nordeste do Brasil (BNB). As operações deverão ser controladas por uma organização não governamental (ONG) e a agência será instalada em um prédio do Estado chamado “Espaço Integração”. Será oferecido crédito de R$ 500 a R$ 20 mil, destinado, basicamente, a financiar atividades informais, a uma taxa de juros de 1,25%. Os agentes de crédito que irão captar as operações e cobrar as amortizações serão da própria comunidade. Outras condições, como prazo de pagamento, ainda estão em estudos.

“O microcrédito será um aprendizado grande”, disse Chacur. Na verdade, ele disse que a InvestRio está realizando uma série de estudos para focar mais suas operações, deixando de competir em áreas que já recebem recursos maciços dos bancos federais (BNDES, Banco do Brasil, Caixa Econômica e BNB). “A agências (de desenvolvimento estaduais) devem buscar nichos, como o do microcrédito, uma vez que os bancos federais estão ocupando os espaços em geral”, pontderou.

As agências se espalharam nos últimos anos pelo país como alternativas à falta dos bancos estaduais (a maioria foi privatizada ou extinta) para financiar políticas locais de desenvolvimento. No ano passado, suas liberações de empréstimos cresceram 24%, tendo as carteiras em conjunto atingido R$ 3,45 bilhões, contra R$ 2,75 bilhões no ano anterior.

Chacur, que é também presidente da ABDE, a associação das instituições financeiras de desenvolvimento, defende que elas passem a ter atuações mais concentradas para não competir com quem tem muito mais recursos, no caso, os bancos federais. Segundo ele, tem ocorrido frequentemente de a InvestRio estar trabalhando em uma linha de crédito e descobrir que o BNDES ou a Caixa estão também chegando àquela área.

A busca por um posicionamento mais adequado à realidade do mercado não tem inibido o crescimento da InvestRio. Com um aporte de R$ 62 milhões feito pelo Estado, seu patrimônio líquido passou de R$ 97,9 milhões no final de 2008 para R$ 173 milhões no ano passado. Também ao longo de 2009 foram aprovadas 107 operações, totalizando R$ 124,3 milhões, volume muito superior ao observado no anterior, quando foram aprovadas 16 operações no valor total de R$ 36 milhões. A carteira da instituição registrou uma expansão de R$ 240 milhões para R$ 490 milhões.

Fonte: Valor Econômico/Chico Santos – 14/04/10

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