Mais da metade dos gastos com saúde no País são financiados pelas famílias brasileiras e pelo setor privado. A afirmação é do ministro da Saúde, José Gomes Temporão, que revelou o gasto de cerca de 7% do PIB – o equivalente a R$ 300 bilhões por ano – no setor.
“O problema é que apenas 40% desses gastos em saúde são públicos. Os outros 60% são recursos da iniciativa privada. Ou seja, quem financia a saúde pública no Brasil são as famílias e as empresas, pois o governo gasta pouco. É essa equação que tem que mudar. Agora de onde vão sair os recursos novos para melhorar o financiamento do sistema público é um problema que cabe ao Congresso Nacional, ao novo governo e à sociedade resolver”.
CPMF
Durante entrevista à Agência Brasil, Temporão afirmou que o fim da CPMF (Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira) retirou, em quatro anos, R$ 24 bilhões do PAC da Saúde (Programa de Aceleração do Crescimento para o setor).
O ministro, que será substituído por Alexandre Padilha na pasta da saúde do novo governo, não quis comentar sobre uma possível volta da contribuição.
“A essa altura do campeonato eu já não sou nem a favor, nem contra. Há, porém, um consenso generalizado entre os especialistas de que o sistema público de saúde precisa de mais recursos. Agora como vai ser feita essa equação de garantia de recursos adicionais, é uma outra questão”.
Fonte: InfoMoney, 28/12/2010