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Se os resultados das injeções de liquidez feitas pelos principais bancos centrais do mundo já preocupam as autoridades brasileiras a ponto de receberem nome de desastre natural, as consequências do que a presidente Dilma Rousseff chamou de tsunami monetário podem se intensificar quando os mais de € 1 trilhão injetados pelo Banco Central Europeu começar de fato a circular na economia real e no próprio sistema financeiro.

Embora discordem na avaliação dos riscos causados pela expansão dos balanços dos bancos centrais, a maioria dos economistas acredita que a atual euforia vivida pelos mercados é resultado da política monetária extremamente frouxa praticada pelo Fed. O próprio BCE já disse que serão necessários vários meses para que a economia da zona do euro sinta os benefícios dos empréstimos baratos injetados no sistema financeiro.

Para o economista-chefe do Banco Espírito Santo, Flávio Serrano, esse bom momento vivido pelos mercados não pode ser atribuído somente à ação dos bancos centrais: “A liquidez ajudou, mas ela existe há um ano e meio, o que ocorreu foi uma mudança de percepção, com a diminuição dos riscos de quebra no cenário europeu e com sinais de recuperação vindos da economia americana”. Serrano, no entanto, ainda não avalia que os fluxos de capital gerados sejam motivo de preocupação. “Apesar de o índice Bovespa ter acumulado uma valorização expressiva no início do ano, só vejo motivos para preocupação se a alta seguir nesse ritmo eufórico.”

Sean Corrigan, economista-chefe da gestora de commodities Diapason também acredita que o dinheiro injetado pelo Fed por meio dos programas de “quantitative easing” só está circulando na economia americana agora que “as taxas de juros devem se manter perto de zero no médio prazo e algumas feridas no sistema bancário americano já cicatrizaram”. Mas não é nada otimista com seu resultado. “Há 18 meses, o impacto inicial dessa política causou inflação na maioria dos países emergentes”, diz ele, que não descarta um “déjà vu” dessas consequências.

Além do risco do aumento dos preços nos ativos reais, a vasta quantidade de dinheiro disponível nos países desenvolvidos pode também causar a subida nos preços de mercado. Para o professor Ricardo Carneiro, do Instituto de Economia da Unicamp, a valorização da taxa de câmbio brasileira “sintetiza” as bolhas criadas por essa liquidez, mas a bolsa e os títulos privados e públicos brasileiros no exterior também foram afetados. “Essa subida de preço é saudável desde que gere algum movimento na economia real ou é mera especulação de preços”.

Para o economista da Unicamp, em situações normais, a injeção de liquidez levaria a uma expansão de crédito dentro dos próprios países, mas em tempos de crise os mecanismos de transmissão da política monetária não funcionam como deveriam, dando origem “a um circuito de curto prazo e muito especulativo”.

Embora também acredite que “a tendência mundial é de afrouxamento monetário” e que a inflação é um “risco enorme”, o economista-chefe do Banco ABC Brasil, Luis Otávio de Souza Leal, defende que a preocupação atual é fugir da deflação, como no caso do Japão.

E o risco de uma bolha de ativos? Leal contemporiza: “Você só sabe o que é bolha quando ela estoura. Obviamente existe um capital especulativo, mas também são instrumentos de captações. É uma discussão complicada”, resume.

Fonte: Valor Econômico/ Carolina Oms – 29/03/2012

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