Lojas que dão acesso à Internet cobrando por minuto deram um passo além para oferecer serviços e produtos aos frequentadores. A partir deste mês, até microcrédito (de R$400 a 10 mil) para turbinar pequenos negócios poderá ser contratado diretamente nesses estabelecimentos. Alívio para quem não tem computador ou conexão de qualidade , as “lan houses” (oucybercafés) começam a se tornar centros de negócios e educação. “Não quero ter só adolescentes que passam o dia jogando. Quero atrair quem procura emprego, quem estuda para concurso”, justifica Wilson Vieira, dono da Matrix Informática, em Guadalupe.
A fórmula é simples: a sede física recebe pessoas das classes C, D e E e empresas interessadas em alcançar essa fatia do mercado oferecem parcerias. Para donos dos empreendimentos, aumenta a circulação e o potencial de ganhos. O consumidor sai no lucro com a praticidade de serviços reunidos.
As lan houses são novo foco de atuação da Microinvest, empresa de microcrédito produtivo do Itaú-Unibanco. Em parceria com a rede CDI lan, braço que intermedia negócios ligado ao Comitê pela Democratização da Informática, o banco leverá às empresas associadas empréstimos com juros mais baixos para donos de pontos de acesso à Internet pagos. O objetivos é melhorar a estrutura dos centros de serviço.
O próximo passo será oferecer crédito a empresas de usuários do serviço a partir da parceria com agentes de crédito. Eduardo Ferreira, superintendente da Microinvest, explica que a iniciativa busca principalmente microempreendedores informais, que têm dificuldade de obter dinheiro e acabam pagando juros mais altos, como pessoa física, para investir no negócio próprio. O dono da Lan House vai indicar clientes ao agente de crédito.
Argemiro de Brito, 66 anos, abriu a Thunder lan house em 2007. “Pesquisei o que estava crescendo para investir. De lá pra cá, quatro ou cinco concorrentes piaratas abriram e fecharam”, conta ele. O custo da manutenção está entre os mais pesados e microcrédito ajuda a sobreviver.
Correspondente bancário
Para enfrentar a disputa e ganhar mais, Argemiro oferece impressão , fax, produção de currículos e venda de créditos de jogos online. Em breve, ele terá lanchonete e quer virar correspondente bancário. “O cliente vem pagar conta ou tomar café e pode se interessar em usar o computador”, aposta o empresário, que participa da rede CDI Lan, assim como Wilson.
Com empresa formalizada e apoio do CDI Lan, o proprietário pode dar crédito consignado para pensionistas e aposentados do INSS (limite de 30% do salário) ou ainda cursos de reforço escolar com conteúdo do Ensino Médio. O dono da lan house vai ganhar comissão de 3% sobre o valor bruto emprestado.
Fonte: O Dia / Tamara Menezes – 06/09/2010