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A indústria de transformação brasileira conseguiu controlar o crescimento da folha de salários, mesmo concedendo reajustes acima da inflação para aqueles que permanecem empregados. O ajuste na folha de pagamentos está sendo feito pela redução no emprego, indicam dados da Pesquisa Industrial Mensal de Emprego e Salário (Pimes) do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Eles mostram que desde agosto o setor de transformação reduziu em 1,2% o nível de emprego, considerando a série mensal com ajuste sazonal. Em janeiro sobre dezembro, a queda foi de 0,3%.

A economia gerada por este movimento contribuiu para conter a evolução dos custos da mão de obra. O ritmo de crescimento da folha total de salários em 12 meses passou de 7% ao longo do primeiro semestre de 2011 para menos de 4% em janeiro, sempre considerando o acumulado em 12 meses e descontando a inflação. Essa política de contenção de gastos salariais pelo ajuste do emprego permitiu ao setor manter o salário médio dos demais funcionários 3% acima da inflação em todo o período.
“Esse artifício dá um certo alívio para a empresa, mas não resolve os problemas do setor”, diz Fabio Romão, economista da LCA Consultores. O emprego na indústria, diz, só será fortalecido quando o setor voltar a produzir consistentemente. “Há a expectativa de que a economia acelere no segundo semestre, e isso poderá ajudar o setor, mas nada que salte aos olhos”, diz.

Fernando Fix, economista-chefe da Votorantim Wealth Management, é mais cético, e acredita que a indústria continuará “definhando” nos próximos meses. “Não creio em demissão em massa porque não há um colapso na demanda. O esvaziamento da indústria continuará sendo lento, com demissões aos poucos”, prevê.

Para Fix, a indústria de transformação deverá ter mais um ano de estagnação, com alguns setores podendo ter um desempenho melhor caso sejam adotadas medidas para reativar a economia. “Se isso acontecer, as indústrias poderão segurar um pouco as demissões e ir ajustando mês a mês”, avalia.

Com eleições na agenda, o professor do Ibmec, Ruy Quintans, considera grande a probabilidade de uma nova rodada de incentivo à indústria. “O governo vai tentar evitar o aumento no desemprego para não atrapalhar as eleições.”
Por ora, o setor de bens de capital é o que aparenta maior fragilidade, segundo Quintans, após a retração de 16% na produção entre dezembro e janeiro, já descontados os ajustes sazonais. “Não faz sentido a produção encolher e os empregos serem mantidos, com salários crescentes”, ressalta.

Nos últimos meses, a produtividade na indústria vem caindo e os economistas acreditam que esse processo continuará ao longo do ano. “Com a produção em queda, não haverá melhora na produtividade. A indústria terá que esforçar muito para conseguir fechar o ano estável”, observa o economista Fabio Ramos, da Quest Investimentos. Ele lembra que, em janeiro, a produção industrial recuou 2,1% frente ao mês anterior, puxada pelo setor automotivo.

Em janeiro sobre dezembro, a folha de pagamento da indústria cresceu 5,1%, já descontada a inflação, revertendo a queda de 1,8% em dezembro. Esse salto é comum nos meses de janeiro, e resultou do pagamento de férias e da baixa base de comparação, de acordo com o IBGE. “O pagamento de férias, tradicionalmente, é feito em janeiro e, no período de setembro a dezembro de 2011, a folha de pagamento acumulou queda forte”, explica o gerente da coordenação de indústria do IBGE, André Luiz Macedo.

Fonte: Valor Econômico/ Francine De Lorenzo – 15/03/2012

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