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A redução do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) para o setor automotivo foi uma injeção na veia do crédito e os impactos já são sentidos nos financiamentos de veículos para pessoas físicas. Segundo o chefe do Departamento Econômico do Banco Central, Túlio Maciel, a média diária das concessões de crédito nesse segmento está crescendo em junho a uma taxa de dois dígitos, ou seja, muito além dos 2,8% apurados em maio, de acordo com dados divulgados ontem pelo BC. Até o mês passado, os empréstimos nessa modalidade haviam recuado 19,3% no ano.

 
A queda, por sua vez, era um reflexo do recuo nas vendas de veículos, o que levou o governo, no dia 21 de maio, a decidir zerar o IPI para carros zero quilômetro de mil cilindradas, e reduzir à metade o cobrado de carros mais potentes.
 
Os bancos atenderam ao aumento da demanda dos clientes, apesar de a taxa de inadimplência para atrasos superiores a 90 dias ter atingido seu maior nível desde 2000: 6,1%. As parcelas vencidas entre 15 e 90 dias apresentam calote de 8,5% do total concedido.
 
Maciel negou que o cenário seja de risco e afirmou que esse crescimento não significa deterioração das carteiras de veículos. “Temos observado desde o ano passado uma seletividade maior, um rigor por parte das instituições na concessão de crédito para essa modalidade”, diz. “Houve um processo de aprendizagem nos últimos dois anos e os bancos se tornaram mais criteriosos”. Segundo Maciel, o ambiente atual não pode se comparado ao visto até 2010, quando os prazos de financiamento chegavam a 72 meses e as pessoas podiam comprar o carro até sem entrada. “O relato de uma postura mais cautelosa agora por parte dos bancos tem sido permanente”, afirma Maciel, ressaltando que a qualidade do que chamou de “safra” de empréstimos com essas características, concedido no passado, vem melhorando a partir de julho do ano passado.
 
Apesar do discurso otimista, até o momento, é a taxa de inadimplência na aquisição de veículos que vem puxando para cima a média geral, que chegou em maio a 6% — o maior desde o início da série histórica em 2000. No segmento das pessoas físicas, a taxa chegou a 8%, subindo 0,2% ante abril e 1,6% em 12 meses. Segundo Maciel, o percentual é alto, mas não representa recorde, que foi registrado em maio de 2009 (8,5%). Já no segmento das pessoas jurídicas, os 4,1% apontam para uma estabilidade que vem desde fevereiro passado. “A taxa mantém estabilidade no patamar mais elevado da nossa série”, admite.
 
O aumento do calote se dá diante da argumentação contínua do representante do BC de que a tendência é de queda. Ao ser questionado sobre o “erro” nas projeções, Maciel afirmou que as principais variáveis associadas à inadimplência são rendimento, emprego e taxa de juros, e os dois primeiros são determinantes para a trajetória. “Nos últimos anos, emprego e renda só têm crescido e, por isso, nossa projeção de queda.”
 
O calote acima de 90 dias nos outros segmentos também subiu no mês de maio. A aquisição de bens é a que exibe a maior taxa (13,9%), perdendo apenas para janeiro passado quando foi de 14%. Em 12 meses, a inadimplência nessa modalidade aumentou 1,2 ponto percentual.
 
No cheque especial, a taxa voltou praticamente ao mesmo patamar registrado em dezembro do ano passado: 11,3%. Em 12 meses, houve evolução de 3 pontos percentuais. Já no crédito pessoal a taxa ficou em 5,7%, caracterizando uma nova alta, pois de março para abril já havia subido de 5,3% para 5,6%.
 
A taxa para os diversos segmentos para empréstimos às pessoas jurídicas manteve a estabilidade.
 
Fonte: Brasil Econômico/ Simone Cavalcanti – 27/06/2012

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