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O mercado internacional de emissão de dívidas corporativas mostra um repentino aumento do apetite de investidores por mais rentabilidade.

A contrapartida é que muitos dos compradores desses papéis, principalmente os bancos, começam a assumir riscos cada vez maiores.

Trabalho publicado hoje pelo BIS (Bank for International Settlements, o banco central dos bancos centrais), sugere que a coordenação sem precedentes de taxas de juro próximas a zero nas principais economias do mundo pode estar levando muitos investidores e o setor financeiro a se tornar menos cuidadosos.

Como praticamente não ganham nada aplicando em títulos de governos (remunerados pelos juros de seus respectivos BCs), há tentação de comprarem papéis mais rentáveis, mas que embutem mais riscos.

Para o BIS, a mesma tendência de maior exposição a riscos em troca de mais retorno foi observada em outros momentos. Mas o quadro atual, de vários países com juro praticamente negativos e ao mesmo tempo, é inédito.

“Em um período de taxas de juro em queda, a remuneração [desses papéis] excede a de títulos de governos, que são altamente seguros. A diferença no ganho proporcionado [entre papéis estatais e privados] leva bancos e empresas a investir em títulos com maior remuneração, que também são instrumentos de alto risco”, diz o BIS.

No terceiro trimestre deste ano, por exemplo, o setor corporativo de três países avançados e fortemente atingidos pela crise financeira global (Reino Unido, Irlanda e Itália) liderou, em termos percentuais, as emissões de dívidas.

Na comparação com os papéis vendidos pelo setor corporativo a investidores, esses países tenderam a oferecer remuneração mais elevada a fim de atrair compradores -o que produziu resultados.

O Reino Unido, por exemplo, emitiu US$ 91 bilhões em títulos no terceiro trimestre, 147% a mais do que nos três meses anteriores. Foi o combalido sistema financeiro inglês quem liderou as emissões, com um total de US$ 79 bilhões.

No caso da Irlanda, o aumento do endividamento bancário e corporativo foi de 75%, em um total de US$ 41 bilhões. Na Itália, de 98% (US$ 36 bilhões) -sempre na comparação entre o terceiro trimestre de 2009 sobre o segundo.

As emissões dos três países contrastam com a média das economias avançadas, onde o lançamento de papéis caiu cerca de 45% entre o terceiro e o segundo trimestres.

De um modo geral, com poucas exceções (como nos três casos acima), foram os emergentes que lideraram as emissões de dívidas no trimestre passado. Elas cresceram 52%, para um total de US$ 34 bilhões.

Nesses casos, a oferta de papéis pode ter sido menor do que a demanda. Pois muito mais investidores gostariam de comprar esses títulos levando em conta que os emergentes saíram primeiro da crise e se mostraram menos afetados por ela.

Na América Latina e Caribe, segundo o BIS, as emissões de dívidas foram realizadas predominantemente por empresas do setor não-financeiro.

Na Ásia, diferentemente, quase 80% das emissões de dívidas foram feitas por bancos.

A concentração no setor decorre principalmente do fato de os bancos da região (especialmente na China) tentarem, com respaldo estatal, sustentar o crescimento por meio da ampliação do crédito para investimentos e ao consumo.

Fonte: Folha de S.Paulo/Fernando Canzian – 07/12/09

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