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A parcela da renda mensal destinada pelo brasileiro ao pagamento de dívidas subiu muito desde que o governo Lula decidiu estimular o crédito para alavancar o consumo de massa. Em fins de 2002, as prestações de empréstimos e financiamentos tomados junto a instituições financeiras e o comércio comprometiam, em média, 25% da renda mensal das pessoas. Em setembro desse ano, esse comprometimento já estava em 43%.
Os números são de estudo apresentado pelo economista José Marcio Camargo, professor da PUC-Rio, à Comissão de Assuntos Econômicos do Senado, durante audiência pública sobre o endividamento das famílias, ontem.
O diretor de Política Econômica do Banco Central, Carlos Hamilton Araújo, apresentou dado bem diferente. Segundo ele, as pesquisas da instituição mostram que em julho, mês do último dado disponível, as pessoas gastaram cerca de 21% de sua renda mensal para pagar dívidas.
A diferença deve-se, principalmente, ao fato de que o BC não considera o crédito concedido pelo comércio, em geral via parcelamento de compras sem juros no cartão de crédito. A autoridade monetária só leva em conta operações do sistema financeiro, o que, no caso do cartão, só inclui a parte da compra financiada a juros pela operadora. No estudo apresentado pelo professor da PUC, excluindo-se o parcelamento concedido pelo comércio e as dívidas do cheque especial, o comprometimento de renda em setembro ficou em torno de 22%, percentual próximo ao apurado pelo BC.
Diferenças metodológicas à parte, o preocupante não é o número em si e sim a sua evolução, disse Camargo. Mesmo no conceito mais restrito, a fatia da renda comida pelas dívidas aumentou, pois era próxima de 12% em fins de 2002.
O estudo mostra que, em ambos os critérios, houve crescimento mesmo depois das medidas macroprudenciais adotadas pelo governo, em fins de 2010, para desestimular o crédito. Em setembro do ano passado, o nível de comprometimento de renda empréstimos e financiamentos era de 36% se incluídos os parcelamentos junto ao comércio e o cheque especial, e de 19%, sem essas operações.
Os juros mais altos — decorrentes, sobretudo, das elevações promovidas pelo BC na taxa básica até agosto — ajudaram a elevar os encargos de dívida como proporção da renda este ano.
Já a estatística do BC mostra crescimento lento nos últimos anos. Em junho de 2006, as pessoas físicas comprometiam perto de 18% da renda com prestações de empréstimos e financiamentos. Em 2009 e 2010, o número ficou próximo de 20%, subindo para 21% este ano.
Pelos dados do BC, o que cresceu de forma acelerada nos últimos anos foi a relação entre o estoque da dívida das famílias e a renda. Entre julho de 2006 e julho de 2011, essa relação subiu de aproximadamente 24% para 41%.
Fonte: Valor Econômico/Mônica Izaguirre  – 10/11/2011

Endividamento cresce mesmo após medidas do BC
A parcela da renda mensal destinada pelo brasileiro ao pagamento de dívidas subiu muito desde que o governo Lula decidiu estimular o crédito para alavancar o consumo de massa. Em fins de 2002, as prestações de empréstimos e financiamentos tomados junto a instituições financeiras e o comércio comprometiam, em média, 25% da renda mensal das pessoas. Em setembro desse ano, esse comprometimento já estava em 43%.

Os números são de estudo apresentado pelo economista José Marcio Camargo, professor da PUC-Rio, à Comissão de Assuntos Econômicos do Senado, durante audiência pública sobre o endividamento das famílias, ontem.

O diretor de Política Econômica do Banco Central, Carlos Hamilton Araújo, apresentou dado bem diferente. Segundo ele, as pesquisas da instituição mostram que em julho, mês do último dado disponível, as pessoas gastaram cerca de 21% de sua renda mensal para pagar dívidas.

A diferença deve-se, principalmente, ao fato de que o BC não considera o crédito concedido pelo comércio, em geral via parcelamento de compras sem juros no cartão de crédito. A autoridade monetária só leva em conta operações do sistema financeiro, o que, no caso do cartão, só inclui a parte da compra financiada a juros pela operadora. No estudo apresentado pelo professor da PUC, excluindo-se o parcelamento concedido pelo comércio e as dívidas do cheque especial, o comprometimento de renda em setembro ficou em torno de 22%, percentual próximo ao apurado pelo BC.

Diferenças metodológicas à parte, o preocupante não é o número em si e sim a sua evolução, disse Camargo. Mesmo no conceito mais restrito, a fatia da renda comida pelas dívidas aumentou, pois era próxima de 12% em fins de 2002.

O estudo mostra que, em ambos os critérios, houve crescimento mesmo depois das medidas macroprudenciais adotadas pelo governo, em fins de 2010, para desestimular o crédito. Em setembro do ano passado, o nível de comprometimento de renda empréstimos e financiamentos era de 36% se incluídos os parcelamentos junto ao comércio e o cheque especial, e de 19%, sem essas operações.

Os juros mais altos — decorrentes, sobretudo, das elevações promovidas pelo BC na taxa básica até agosto — ajudaram a elevar os encargos de dívida como proporção da renda este ano.

Já a estatística do BC mostra crescimento lento nos últimos anos. Em junho de 2006, as pessoas físicas comprometiam perto de 18% da renda com prestações de empréstimos e financiamentos. Em 2009 e 2010, o número ficou próximo de 20%, subindo para 21% este ano.

Pelos dados do BC, o que cresceu de forma acelerada nos últimos anos foi a relação entre o estoque da dívida das famílias e a renda. Entre julho de 2006 e julho de 2011, essa relação subiu de aproximadamente 24% para 41%.

Fonte: Valor Econômico/Mônica Izaguirre  – 10/11/2011

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