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O cartão de crédito e o cheque especial foram as modalidades de financiamento que mais cresceram no início deste ano, período sazonalmente marcado pelo aperto no orçamento das famílias brasileiras.

Segundo dados do Banco Central, o saldo dos empréstimos nessas modalidades avançou 8%, o dobro do registrado na aquisição de veículos, que ficou em terceiro lugar. O BC considera como financiamento no cartão as compras parceladas, os saques e o parcelamento da fatura (crédito rotativo).

Ao contrário do que ocorreu no mesmo período do ano passado, esse crescimento não foi acompanhado por aumento no atraso de pagamentos. Pelo contrário, essas duas modalidades foram as que registraram a maior queda na inadimplência nesse mesmo período.

Segundo o BC, as dívidas no cheque especial caíram nos últimos 12 meses, apesar do aumento neste início de ano. Os empréstimos com uso do cartão, por outro lado, cresceram 14% no mesmo período.

O dado chama a atenção porque essas duas formas de financiamento são justamente as mais caras para o consumidor. De acordo com o último boletim sobre juros e “spreads” divulgado pelo BC, as taxas praticadas em média no cheque especial estão em 159% ao ano, enquanto no crédito pessoal a cobrança não chega aos 44%.

Já no cartão de crédito os juros médios chegam a 133,9% ao ano para os saques e o crédito rotativo, segundo pesquisa de março da Anefac (Associação dos Executivos de Finanças). Para o vice-presidente da entidade, Miguel de Oliveira, o aumento do uso dessas modalidades mais caras no início do ano reflete a falta de planejamento dos consumidores.

“Esse crédito, que deveria ser apenas emergencial, acaba sendo usado por quem gastou além do orçamento no fim do ano e vem postergando as dívidas. Mas a partir deste mês provavelmente voltará a ser usado para financiar o consumo.”

De acordo com o presidente da Abecs (Associação Brasileira das Empresas de Cartões de Crédito), Paulo Caffarelli, a indústria de cartões cresce hoje no Brasil a uma taxa de 20% ao ano, impulsionada pelos processos de bancarização e ascensão das classes D e E.

“O ingresso dessa população na área de cartões faz com que o uso do crédito rotativo aumente. E são pessoas que ainda estão em um estágio de aprendizado no uso desse produto”, diz o presidente da Abecs.

A associação lançou no ano passado uma campanha de conscientização do uso do cartão de crédito, iniciativa que deve se repetir neste ano. Um dos objetivos é mostrar que o crédito rotativo deve ser utilizado apenas em situações emergenciais e dentro de um planejamento financeiro.

Apesar dessa melhora no começo de 2010, a inadimplência nessas duas modalidades de crédito continua em níveis acima da média do mercado bancário. No caso do cartão, 24% dos pagamentos estão com atraso superior a 90 dias, prazo de referência para classificação de inadimplência.

Se forem somadas as operações vencidas entre 15 e 89 dias, os atrasos chegam a 35%. Em junho do ano passado, os efeitos da crise levaram esse indicador a bater em 42%.

Em relação ao cheque especial, a taxa de inadimplência (10,3%) está mais próxima da média registrada nas outras modalidades pesquisadas pelo BC (7,2%). Essa ainda é, no entanto, a única forma de crédito que tem inadimplência superior ao nível anterior à crise.

De acordo com o professor de economia da FGV Robson Gonçalves, esses indicadores devem continuar em queda, devido, principalmente, à redução no desemprego.

“O que gera inadimplência é o desemprego, mais do que o aumento nos juros. E hoje a gente tem um crescimento muito forte da ocupação.”

Fonte: Folha de S.Paulo/Eduardo Cucolo e Eduardo Rodrigues – 20/04/10

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