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O anúncio de corte adicional de R$ 10 bilhões no orçamento de 2013 do governo federal teve pouco impacto para os mercados de câmbio e juros, uma vez que já estava refletido no preço dos ativos. O dólar fechou em queda de 0,27% a R$ 2,2340, acompanhando o movimento de desvalorização da moeda americana no exterior, após a divulgação de dados mais fracos no mercado imobiliário americano. Já os contratos futuros de juros fecharam estáveis.
 
O Banco Central realizou ontem a rolagem para 2 de dezembro de mais 20 mil contratos de swap cambial (que equivalem a uma venda de dólares no mercado futuro), que somou US$ 994,5 milhões. Com isso, o BC já rolou US$ 2,984 bilhões dos US$ 5,715 bilhões que vencem em 1º de agosto.
 
O BC tem conseguido colocar todos os contratos ofertados, o que mostra que a demanda por dólares continua forte no mercado futuro, afirma Sidnei Nehme, diretor executivo da corretora NGO. Essa demanda tem crescido principalmente entre os investidores estrangeiros, que aumentaram a posição líquida comprada em dólar no mercado futuro de US$ 9,521 bilhões em 18 de julho para US$ 9,923 bilhões em 19 de julho.
 
Para Nehme, a demanda por dólares deve aumentar também no mercado à vista com uma queda do fluxo cambial. Os bancos encerram junho com posição comprada em US$ 3,063 bilhões no mercado à vista, que deve ter diminuído, diante de um fluxo cambial negativo em US$ 1,105 bilhão em julho, até o dia 12. “Se os bancos não quiserem tomar linhas lá fora para suprir a demanda no mercado doméstico, o BC terá que vender divisa no mercado à vista.” O diretor da NGO prevê um dólar a R$ 2,30 no fim do ano.
 
Segundo Nehme, o custo para a tomada de linhas externas aumentou com a redução da liquidez por conta da expectativa de retirada dos estímulos monetários pelo Federal Reserve (Fed, banco central dos Estados Unidos), havendo menor disposição dos bancos para tomar empréstimos lá fora.
 
A valorização do dólar, que acumula alta de 9,35% no ano, já começa a preocupar o BC em relação ao impacto para a inflação. Em entrevista ao jornal “O Estado de S. Paulo”, o presidente do BC, Alexandre Tombini, afirmou que uma desvalorização de 20% do câmbio gera uma alta de um ponto percentual para a inflação. “As declarações de Tombini reforçam a preocupação da autoridade sobre o cenário para a inflação, indicando que há mais altas pela frente”, apontam os economistas do Itaú Unibanco em relatório. O banco projeta mais duas altas de 0,50 ponto percentual da taxa Selic com uma alta final de 0,25 ponto em novembro, levando a Selic para 9,75% ao ano.
 
Para Luciano Rostagno, estrategista-chefe do Banco WestLB, o corte adicional de gastos anunciado ontem pelo governo é uma medida positiva, ao focar mais nos cortes de custeio e preservar os investimentos. “Mas isso não será suficiente para atingir o superávit de 2,3% do PIB prometido para este ano”, afirma.
 
Segundo Rostagno, o crescimento do PIB neste ano deve ficar abaixo dos 3% previstos pelo governo, havendo uma redução das receitas. No último Boletim Focus, divulgado ontem, os analistas reduziram a previsão para o crescimento do PIB em 2013 de 2,31% para 2,28%.
 
Para o estrategista da Icap Brasil, Gabriel Gerstein, o corte de orçamento não é substancial mas é positivo no curto prazo. “No médio e longo prazos o cenário continuará a ser de incerteza. As medidas não são estruturais, mas conjunturais. Só para não piorar ainda mais o cenário atual”.
 
Fonte: Valor Econômico / Silvia Rosa / José de Castro / Antonio Perez – 23.07.13

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