Os ministros de finanças e banqueiros centrais do G-20, reunindo as maiores economias do mundo, poderão até discutir câmbio em seu encontro de outubro na Coreia do Sul, mas parece difícil sair uma efetiva coordenação na área cambial para evitar a batalha de moedas.

A avaliação é de uma alta autoridade que participa das reuniões, estimando que, para haver uma ação concreta, os EUA e a China deveriam agir ao mesmo tempo, o que parece longe de acontecer.O secretário americano do Tesouro, Timothy Geithner, está mais preocupado em atacar Pequim. Ele anunciou que vai levar ao G-20 o problema da moeda chinesa desvalorizada. Reclama que os preços chineses, quando transformados em dólar, são de 15% a 20% menos elevados que os dos concorrentes, dando uma vantagem desleal a seus produtores.No momento, intervenções nas moedas ao redor do mundo não deverão alterar tendência de apreciação delas, avalia Octavio de Barros, diretor do Departamento de Pesquisas Econômicas doBradesco. “Esse movimento tem sido essencialmente impulsionado pelo enfraquecimento do dólar, em um contexto de melhores fundamentos das economias emergentes, suscitando intervenções no câmbio por parte dos governos e bancos centrais desses países”, diz ele. “A tendência de valorização será mantida.”Para especialistas na Europa, o enfraquecimento do dólar americano deve empurrar bancos centrais em torno do mundo a comprar mais títulos do tesouro dos EUA e ativos denominados em dólar para frear a alta de suas próprias moedas.Para alcançar um sistema de câmbio “mais sereno”, será preciso examinar de vez o papel do dólar, principal moeda de reserva mundial. A França diz que, ao assumir o G-20 no ano que vem, deverá estimular uma reflexão sobre uma moeda de reserva que não seja mais emitida por um só país.Fonte: Valor Econômico / Assis Moreira – 28/09/2010