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Seja moderado ou arrojado, o investidor de crédito privado deve saber avaliar o risco que corre. Só assim para cobrar do gestor a rentabilidade que merece. Acostumado ao risco dos títulos públicos pós-fixados, quase nulo, e avesso ao risco de mercado das ações, o brasileiro vai começar a conviver agora com uma nova categoria. “O risco de crédito é um dos mais negligenciados pelos investidores”, afirma William Eid, coordenador do Centro de Estudos em Finanças da Fundação Getúlio Vargas (FGV).
 
Conhecer a carteira do fundo é o primeiro passo. Pelo site da Comissão de Valores Mobiliários (CVM) é possível ver os papéis que habitam o portfólio. O primeiro aspecto a avaliar, dizem os gestores, é a diversificação da carteira. Em geral o regulamento do fundo define a exposição máxima a uma única operação de crédito. Ela costuma variar de 1% a 10%. “Os menores índices têm potencialmente menos risco, mas, por outro lado, dão menor grau de liberdade para o gestor, o que provavelmente afetará a rentabilidade”, diz Arturo Profili, sócio da Capitânia.
 
Outro ponto importante é a compatibilidade entre o prazo para resgate e a liquidez dos papéis que estão em carteira. Se os dois estiverem descasados, pode ser que o gestor tenha que vender às pressas ativos que estão na carteira, a preços nem sempre favoráveis, prejudicando a rentabilidade do fundo. “É bom ter cuidado com os fundos que prometem taxa de retorno elevada com liquidez muito curta. Eles dificilmente vão conseguir fechar a equação”, acrescenta André Elias Fadul, gestor de crédito privado da Arsa, aberta em setembro com dois fundos no cardápio, um deles de crédito privado.
 
Também é possível olhar o “rating” de cada papel, notas atribuídas por agências de classificação de risco de acordo com a qualidade do emissor. As empresas listadas em bolsa costumam ter um nível maior de abertura de informações, o que mitiga o risco de inadimplência. Não dá, entretanto, para analisar títulos privados como se avalia ações. “Estar bem na bolsa não significa ter crédito bom”, destaca George Wachsmann, da Bawm Investments. Na última crise que afetou as empresas do setor elétrico, exemplifica, enquanto as ações despencaram, as debêntures não foram afetadas. Um risco é o de a empresa não gerar ganhos e o outro, o de não honrar as dívidas.
 
Outra dica é não generalizar a qualidade pelo tipo de título. Uma Letra de Crédito Imobiliário (LCI) com garantia de um banco grande é bem diferente em termos de risco do de uma instituição média ou pequena, por exemplo, lembra Wachsmann.
 
A capacidade do gestor para avaliar é essencial quando se trata de crédito privado. Mariano Andrade, sócio da Polo Capital Management, considera que somente é possível avaliar de fato o gestor depois que uma operação é finalizada. Isso porque a volatilidade ao longo do processo é enganadora. “Melhor do que analisar a cota é ver os ciclos, ou seja, o que o gestor já gerou em operações que foram do início ao fim”, diz. No caso de operações problemáticas, ele sugere que o investidor avalie a qualidade das garantias que a suportavam e como a situação foi resolvida.
 
As garantias serão o alento do investidor caso o emissor do título comprado pelo fundo em que investe não honre a dívida. Slávik Merkouloff, sócio responsável pela gestão de fundos de crédito da RB Capital, defende a importância de olhar para esse tipo de proteção. “Não quero vender o risco binário de o investidor receber ou não, sempre estamos preocupados em blindar o ativo, com um imóvel por exemplo”, afirma.
 
Depois de conhecer as diversas facetas dos títulos privados, o investidor deve compará-las ao seu perfil de risco e, aí sim, escolher a melhor opção para o seu portfólio. “O crédito privado não é homogêneo”, ressalta Profili, da Capitânia.
 
Há gestores que trabalham com títulos problemáticos e, em contrapartida, oferecem retornos superiores a 150% do CDI. Por outro lado, há alternativas mais moderadas, apenas com papéis de empresas e instituições financeiras grandes e consolidadas. Cabe a cada investidor escolher o que melhor se adapta ao seu estômago.
 
Fonte: Valor Econômico/ Luciana Seabra – 17/10/2012

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