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Depois de seis meses de trégua, o Banco Central voltou a travar uma batalha contra a valorização da moeda brasileira e parece estar disposto a usar artilharia pesada. Ontem, depois de fazer operação de compra de dólar no mercado à vista pelo segundo dia seguido, lançou mão de um leilão de swap cambial reverso, recurso que não usava desde agosto passado. Nessa operação, o BC paga juros às instituições e assume os ganhos ou perdas da variação cambial até o vencimento do contrato — equivalente a uma compra de dólar no mercado futuro.

Mas, apesar de terem sido ofertados 40 mil contratos com vencimento em abril e julho, apenas 3,5mil com vencimento em julho foram aceitos. Com isso, foi registrado o equivalente a US$ 174,7 milhões — representa 8,75% do total previamente colocado à venda, montante de US$ 2 bilhões. Este é o menor percentual efetivado dos últimos30meses. Para se ter ideia, somados os 20 leilões de swap cambial reverso realizados no ano passado, o BC conseguiu negociar US$ 17 bilhões. Em cinco deles, 100% dos papéis ofertados foram vendidos.

Foi o BC que não quis arcar com a taxa pedida pelo mercado para vender os demais contratos. A explicação dos operadores e economistas para o resultado fraco do leilão é que, na verdade, o BC estava apenas reiterando que pode voltar a intervir no câmbio todas as vezes que o dólar perder o piso estipulado — que ao que tudo indica é de R$ 1,70,mesmo patamar em que interveio na sessão anterior.

“Foi mais uma sinalização de que o BC está acompanhando a oscilação e não quer que o câmbio desça. Demonstrou também que tem instrumentos para intervir se julgar necessário”,explicaBrunoLavieri,economistadaTendênciasConsultoria.JoséCarlosAmado,operador da Renascença Corretora, acrescenta que o leilão não passou de um teste para saber como o mercado iria responder. “Tanto é que veio de surpresa, Sem aviso. Queriam ver se a demanda seria boa”, analisa.
Até a hora do leilão, a moeda americana tinha atingido o menor patamar desde 31 de outubro do ano passado, de R$ 1,697.

Mas, mesmo com o resultado abaixo dos níveis observado sem leilões anteriores, o dólar reverteu a tendência de queda e voltou a ficar acima da casa de R$ 1,70.Encerrou o dia a R$ 1,711.

O intervalo de seis meses entre a última intervenção da autoridade monetária com swap cambial reverso e a realizada ontem se explica, segundo Lavieri, pelos impactos do cenário internacional nas moedas brasileira e americana. No segundo semestre de 2011, observou-se a valorização do dólar frente a uma cesta de moedas, já que os investidores passaram a procurar ativos mais seguros, como ouro e a divisa americana.

Nesse período, o BC também estava preocupado com a trajetória da inflação, que dava pistas que podia encerrar o ano acima do teto da meta, de 6,5%. “O BC deixou o câmbio se valorizar levemente porque isso ajuda no combate à inflação. Mas como ela está dando refresco no curto prazo, voltaram a olhar para o lado do câmbio”, afirma Maurício Nakahodo, economista – chefe da CM Capital Market.
O BC também está acompanhando a série de captações no exterior em dólar feitas por banco se empresas, bem como um ritmo ainda acelerado de fluxo cambial e investimento estrangeiro direto — que ajudam a pressionar para baixo a cotação do dólar contra o real.

Fonte: Brasil Econômico/ Natália Flach – 24/02/2012

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