O seu navegador está desatualizado!

Atualize o seu navegador para ter uma melhor experiência e visualização deste site. Atualize o seu navegador agora

×

I – Evolução dos agregados monetários
A base monetária, considerada a média dos saldos diários, alcançou R$138,7 bilhões em agosto, elevando-se 0,2% no mês e 3,6% em doze meses. O crescimento mensal resultou do incremento de 1,3% no saldo médio do papel-moeda emitido e da redução de 3% em reservas bancárias.

Entre os fluxos mensais dos fatores de emissão monetária, destacaram-se as compras líquidas de divisas pelo Banco Central no mercado interbancário de câmbio, com impacto expansionista de R$5,1 bilhões. As operações com títulos públicos federais, incluindo a atuação do Banco Central no ajuste de liquidez do mercado monetário, causaram expansão de R$3,6 bilhões, resultante de compras líquidas de R$14,8 bilhões no mercado secundário e de colocações líquidas de R$11,2 bilhões em títulos no mercado primário. Em sentido oposto, as operações do Tesouro Nacional foram contracionistas em R$6,3 bilhões.

Os meios de pagamento restritos (M1) atingiram saldo médio diário de R$202,4 bilhões em agosto, registrando declínio de 0,6% no mês e crescimento de 7,7% em doze meses. A variação mensal traduziu elevação de 1% no saldo médio do papel-moeda em poder do público e redução de 1,7% nos depósitos à vista. Tais componentes, considerado o período de doze meses, expandiram-se 12% e 4,7%, respectivamente.
Os meios de pagamento no conceito M2, que corresponde ao M1 mais depósitos para investimentos, depósitos de poupança e títulos privados cresceram 0,3% em agosto, totalizando R$1,1 trilhão. O saldo dos depósitos de poupança atingiu R$295,6 bilhões, elevando-se 1,5% em agosto, comparativamente a 2,8% em julho, refletindo captações líquidas de R$3,1 bilhões, ante R$6,7 bilhões no mês anterior. O saldo de títulos privados alcançou R$602,6 bilhões, registrando recuo de 0,5%, após resgates líquidos de R$5,4 bilhões.

O conceito M3, que compreende o M2, as quotas de fundos de renda fixa e os títulos públicos que lastreiam as operações compromissadas entre o público e o setor financeiro, registrou alta de 1,6% no mês, totalizando R$2,1 trilhões. Tal expansão decorreu de elevações de 2,6% no saldo dos fundos de renda fixa e de 7,6% nas operações com títulos federais. O M4, conceito que compreende o M3 e os títulos públicos de detentores não financeiros, registrou expansões de 1,3% em relação ao mês anterior e de 13,8% nos últimos doze meses, somando R$2,4 trilhões.

II – Operações de crédito do sistema financeiro
A recuperação gradual do crédito prosseguiu em agosto, acompanhando a retomada do nível de atividade econômica, a evolução positiva dos indicadores do mercado de trabalho e a consequente melhora das expectativas de empresários e consumidores. As operações destinadas às famílias continuaram apresentando crescimento mais expressivo, sustentadas, principalmente, pelo desempenho do crédito consignado. As contratações relativas às pessoas jurídicas registraram evolução moderada, com participações relevantes dos créditos direcionados e das operações destinadas ao capital de giro das empresas.

Nesse cenário, o volume total de crédito atingiu R$1.327 bilhões em agosto, com elevações de 1,5% no mês e de 19,5% em doze meses. Em decorrência, a relação crédito/PIB situou-se em 45,2%, comparativamente a 44,8% em julho e a 36,7% em agosto de 2008.

Os financiamentos com recursos direcionados totalizaram R$417,8 bilhões em agosto, expandindo-se 2,5% no mês e 33,9% em relação a agosto de 2008. A variação mensal refletiu, basicamente, o acréscimo de 2,1% registrado nas operações contratadas com o BNDES, saldo de R$252,6 bilhões, salientando-se a maior demanda de recursos para a área de infraestrutura, sobretudo para os setores de energia e transporte. Contribuíram, no mesmo sentido, os incrementos de 3,9% e de 2,5% nas carteiras habitacional e rural, cujos volumes somaram R$75,9 bilhões e R$79,3 bilhões, respectivamente.

O estoque das operações de crédito com recursos livres, equivalente a 68,5% do total do sistema financeiro, atingiu R$908,9 bilhões em agosto, revelando crescimentos de 1,1% no mês e de 13,9% em doze meses. A evolução mensal dos empréstimos foi determinada pelas operações com pessoas físicas, cujo saldo cresceu 1,4%, ao atingir R$444,1 bilhões. No segmento de pessoas jurídicas, os financiamentos alcançaram R$464,8 bilhões, com acréscimo mensal de 0,7%, impulsionado pela expansão de 1,5% nas operações lastreadas em recursos domésticos.

A participação dos bancos públicos no total da carteira do sistema financeiro elevou-se de 40,1%, em julho, para 40,4%, em agosto. As representatividades das instituições privadas nacionais e estrangeiras, por sua vez, recuaram, respectivamente, para 40,7% e 18,9%.

II.1 – Distribuição setorial do crédito
O crédito destinado ao setor privado, considerados os recursos livres e direcionados, alcançou R$1.271 bilhões em agosto, superando em 1,5% o valor registrado em julho. Os empréstimos contratados com o segmento outros serviços aumentaram 2,3% no mês, com volume de R$224,3 bilhões. Os créditos concedidos ao comércio, influenciados pelas contratações do ramo varejista, somaram R$124,4 bilhões, com acréscimo mensal de 2,1%, ao passo que as operações destinadas à indústria revelaram estabilidade, ao atingir R$296,6 bilhões.

Os financiamentos destinados à habitação atingiram R$79,9 bilhões, com incremento mensal de 3,8%. O crescimento acumulado nos últimos doze meses alcançou 42,1%, o desempenho mais expressivo dentre os ramos do setor privado. A carteira de crédito rural cresceu 1,9% no mês, somando R$108,6 bilhões, com destaque para as modalidades de custeio e comercialização agrícolas.

Os créditos contratados com o setor público alcançaram R$55,3 bilhões, demonstrando elevação de 2,5% no mês. Esse resultado foi determinado pelo aumento de 6,1% na dívida bancária dos estados e municípios, saldo de R$21,2 bilhões, traduzindo a alocação de recursos para as áreas de saneamento básico, habitação popular e infraestrutura de transporte. As operações de crédito direcionadas ao governo federal cresceram 0,4% no mês, totalizando R$34,1 bilhões.

II.2 – Operações com recursos livres – Crédito referencial para taxas de juros
Entre as modalidades de crédito a pessoas físicas, permanecem em destaque as operações consignadas, cujo incremento em 2009 alcança 24,2%. Ressalte-se também a recuperação dos financiamentos para aquisição de veículos, cujas concessões elevaram-se nos últimos três meses, evolução associada à isenção temporária do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI).

Entre as carteiras referentes a pessoas jurídicas, o crescimento é determinado, principalmente, pelas operações de capital de giro, que registraram alta mensal de 3%. Por sua vez, as modalidades lastreadas em recursos externos mostraram decréscimo de 3,7% no mês, associado a liquidações significativas, especialmente nas operações de adiantamentos sobre contratos de câmbio (ACC).

A taxa média de juros no âmbito do crédito referencial situou-se em 35,4% a.a., em agosto, com reduções de 0,6 p.p. no mês e de 4,7 p.p. em doze meses. Nas mesmas bases de comparação, o spread bancário apresentou recuo de 0,5 p.p. e elevação de 0,1 p.p., ao alcançar 26,3 p.p.

O custo médio dos empréstimos para as empresas manteve a trajetória de redução iniciada em fevereiro de 2009, atingindo 26,4% a.a. em agosto, com queda mensal de 0,3 p.p. Nos créditos para as famílias, o custo médio alcançou 44,1% a.a., com decréscimos de 0,8 p.p. no mês e de 8 p.p. em relação a agosto de 2008. A retração assinalada traduziu, principalmente, as quedas nas taxas médias praticadas nas modalidades de cheque especial, crédito pessoal e financiamento para aquisição de veículos, que diminuíram 6,3 p.p., 0,5 p.p. e 0,7 p.p., respectivamente.

A inadimplência da carteira de crédito referencial, considerados os atrasos superiores a noventa dias, situou-se em 5,9% em agosto, apresentando estabilidade no mês e incremento de 1,7 p.p. em relação ao mesmo período do ano anterior. Por segmento, os atrasos relativos aos empréstimos com pessoas físicas apresentaram decréscimo de 0,1 p.p em agosto, atingindo 8,4%, enquanto, nas operações com pessoas jurídicas, esse indicador revelou alta de 0,1 p.p., alcançando 3,9%.

III – Ativos e passivos internacionais do sistema bancário
Em junho, os ativos internacionais do sistema bancário totalizaram R$185,5 bilhões, registrando redução trimestral de 14,5% em reais. Avaliados em dólares, observa-se incremento de 1,4%. O efeito da apreciação cambial ocorrida no período sobre os ativos patrimoniais promoveu a redução no grau de internacionalização do sistema, que se situou em 6%, ante 7,1% em março.

A redução mais expressiva coube aos bancos nacionais, cuja representatividade recuou de 65,7% para 62,2%. Em sentido oposto, os bancos estrangeiros ampliaram sua participação de 34,3% para 37,8%. No que diz respeito aos países das contrapartes, as diminuições de haveres foram observadas, principalmente, nas posições relativas ao Brasil, decorrente de reduções na contratação de câmbio, e com residentes nos Estados Unidos.

Os passivos internacionais apresentaram redução trimestral de 16,9% em reais e de 1,4% em dólares, atingindo saldo de R$208,3 bilhões. Em decorrência, o indicador de internacionalização dos passivos reduziu-se de 9% para 7,4%. Assim como nos ativos, ocorreu redução mais significativa nas captações dos bancos nacionais, cuja participação alcançou 57,2%, ante 60,1% em março. Em sentido oposto, a representatividade dos bancos estrangeiros aumentou de 39,9% para 42,8%. Em relação aos países das contrapartes, destacam-se as liquidações nas posições relativas ao Brasil, referentes às reduções na contratação de câmbio, e com residentes nos centros offshore.

Em junho, os ativos internacionais consolidados do sistema bancário alcançaram R$90,1 bilhões, segundo o conceito de risco inicial, revelando aumento trimestral de 3,2% em reais e de 22,4% em dólares. Comparativamente aos ativos internacionais totais, os saldos consolidados excluem as posições com residentes, mas incluem os ativos das unidades bancárias externas, os quais respondem pela parcela mais expressiva desse crescimento. Pelo conceito de risco final, que incorpora ao ativo inicial o resultado das transferências de risco entre países, o saldo alcançou R$94,8 bilhões.

Fonte: Banco Central do Brasil – 29/09/2009

Outras notícias

Planejamento de gastos permite começar o ano no azul

Leia mais

Despesas com juros cresceram 30% no primeiro semestre

Leia mais

Juro do cartão incomoda mais nos EUA que no Brasil

Leia mais