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A novata Autobrasil, empresa que reúne o negócio de veículos usados de 11 concessionárias, apresentou à Comissão de Valores Mobiliários (CVM), na semana passada, o pedido de registro para fazer sua oferta inicial de ações. Na quinta-feira, a rede de farmácias Pague Menos decide se retoma os preparativos para captar recursos em bolsa, paralisados algumas semanas atrás por causa do mau humor no mercado.
 
Sinalizações com essas têm deixado os bancos de investimentos um pouco mais animados com as perspectivas para as ofertas de ações na segunda metade do ano, depois de um primeiro semestre considerado muito fraco. O tom predominante nas principais casas do mercado é de otimismo, ainda que muito cauteloso.
 
A percepção é que, embora a crise da dívida europeia continue presente, os investidores já estão mais acostumados com ela e o pânico diminuiu. Ao mesmo tempo, os indicadores da economia brasileira começam a melhorar e o mau humor dos investidores com o país se acalmou – o que se nota na retomada do fluxo positivo de capital estrangeiro na BM&FBovespa.
 
“Voltamos a ver um tom mais construtivo no mercado”, afirma Jean-Marc Etlin, vice-presidente de banco de investimentos do Itaú BBA. Para uma retomada mais consistente, no entanto, ele avalia que o cenário estável tem de persistir por mais tempo.
 
Não se espera uma volta retumbante das captações em bolsa, longe disso. Banqueiros ouvidos pelo Valor avaliam que os segundo semestre poderá ter de três a cinco ofertas iniciais e um número um pouco maior de operações subsequentes (de empresas já listadas no mercado).
 
Porém, as consultas feitas aos bancos por companhias interessadas em ir à bolsa aumentaram nas últimas semanas, indício de que o mercado voltou a se aquecer.
 
Uma delas, segundo apurou o Valor, é a Alupar, empresa de transmissão e geração de energia controlada pelo grupo brasileiro Alusa. A companhia ainda não contratou o sindicato de bancos que fará a operação, mas tem mantido conversas com instituições financeiras. Representantes da empresa não foram localizados ontem para comentar o assunto.
 
A oferta de uma empresa como a Alupar poderia cair como uma luva no mercado, que, em tempos de crise, tem preferido ativos com histórico conhecido e fluxo de caixa previsível. Foram esses os atributos que atraíram investidores para os papéis da Taesa, transmissora de energia que captou R$ 1,75 bilhão na bolsa em julho.
 
Das empresas que já estavam na fila, CPFL Renováveis deve sair até o fim deste ano. A empresa congelou o processo quando o mercado piorou, mas a avaliação é que há demanda para os papéis agora. A fabricante de tubos e conexões Tigres e a agência de viagens CVC também estão se preparando e fontes dos bancos avaliam que têm boas possibilidade de agradar os investidores, mas a expectativa é que cheguem à bolsa só em 2013.
 
“O investidor está mais seletivo e maduro, mas não falta liquidez. Se forem levadas as histórias corretas, da forma correta, tem dinheiro no mercado”, diz Allan Libman, chefe da área de banco de investimentos do Credit Suisse no Brasil. Na avaliação dele, empresas de infraestrutura, commodities e consumo são as que mais têm chance de emplacar ofertas nesse ambiente.
 
“A gente [o Brasil] está melhor, sim. Mas casos como o da Taesa são mais aderentes ao cenário atual”, observa o chefe de mercado de capitais do BTG Pactual, Fábio Nazari. De acordo com ele, o país deverá fechar o ano com cerca de 15 ofertas de ações – incluindo empresas estreantes na bolsa e operações subsequentes.
 
Com a melhora no cenário econômico, o volume de ofertas poderia ser até maior. O problema é que poucas empresas estão prontas para aproveitar a janela que se abriu, pondera Renato Ejnisman, diretor do Bradesco BBI. “Faltam emissores que já estejam preparados”, afirma.
 
A disposição dos investidores aumentou, mas as companhias interessadas em ir à bolsa não fizeram os procedimentos necessários para isso, assim como ocorreu no começo do ano. No segundo trimestre, a crise piorou e jogou areia nos planos de diversas empresas.
 
No primeiro semestre, foram a mercado apenas oito operações, que levantaram R$ 8,6 bilhões. Apenas três foram emissões iniciais. A do BTG Pactual movimentou R$ 3,6 bilhões. As da Unicasa e da Locamérica saíram abaixo do preço mínimo sugerido. Foram engavetadas as ofertas da Manabi, mineradora pré-operacional, e da Vix Logística, que não chegou ao preço que pretendia para suas ações.
 
Ontem, foi a vez de a Celulose Irani – já listada na Bovespa, mas com liquidez baixíssima – desistir de sua oferta. Segundo fonte a par do assunto, a empresa ficou espremida entre as operações da Suzano e da Fibria, que foram a mercado no primeiro semestre e deixaram os investidores com pouco apetite por mais papéis do setor.
 
A retomada das ofertas é esperada com ansiedade pelos bancos, em busca de visibilidade e receita em um ano desanimador até agora. As instituições têm disputado os mandatos das empresas de forma aguerrida, frequentemente jogando para baixo suas comissões.
 
O primeiro semestre magro se fez notar nos resultados. Tome-se como exemplo o BTG Pactual, que tem informações mais detalhadas sobre a área. A unidade de banco de investimentos gerou ao BTG receita de R$ 179 milhões de janeiro a junho, queda de 25% ante igual período de 2011. A retração das ofertas contribuiu para isso.
 
“O importante é que a primeira oferta [da nova safra] seja bem-sucedida”, diz Etlin, do Itaú BBA. Dessa forma, argumentam ele e outros banqueiros, outras companhias poderiam se animar a captar recursos na bolsa.
 
Fonte: Valor Econômico/ Talita Moreira/ Natália Viri – 28/08/2012

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