O chefe do órgão de regulação bancária europeu elevou a pressão sobre os bancos ao insistir que o patamar de 9% de requerimento de capital que será atingindo em junho como “colchão temporário” se torne permanente, segundo reportou o jornal “Financial Times”.
Andrea Enria, presidente do conselho do European Banking Authority (EBA), disse que a “conservação de capital” é sua prioridade, com a persistência da crise na zona do euro e a introdução gradual ao longo dos próximos seis anos das novas regras para os bancos conhecidas como Basileia 3 tendo início no próximo ano.
“Não queremos que o capital seja liberado. Queremos que os bancos mantenham seus níveis de capital e gradualmente se movam para a total implementação das regras de Basileia 3. Vamos questionar os bancos para desenvolver planos para chegar lá.”
Segundo o jornal, Enria calcula que mais de 240 bilhões de euros sejam injetados nos bancos europeus ao longo de 2011 e 2012 por meio do mercado de capitais, medidas do EBA e dos resgates da Grécia e da Espanha. Ele comparou a cifra com o apoio aos bancos dos Estados Unidos em 2008, que totalizou US$ 245 bilhões sob o Programa de Alívio de Ativos Problemáticos (Tarp, na sigla em inglês).
“O problema é que fizemos isso de forma fragmentada”, disse Enria. “O processo decisório é complexo [na União Europeia]. Se tivessemos um processo mais simplificado, poderíamos ter tido um Tarp Europeu e o impacto no mercado teria sido bem diferente.”
Fonte: Valor Econômico/ Fernando Travaglini – 16/07/2012