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O Banco Internacional de Compensações (BIS) estima que os ativos dos bancos centrais globalmente já alcançam o nível sem precedentes de US$ 18 trilhões, refletindo a dimensão de medidas não convencionais para conter a crise financeira.
O dado foi revelado por Hervé Hannoun, vice-diretor do BIS, banco dos bancos centrais, numa palestra na Coreia do Sul, na qual ele alerta para os riscos que estão sendo criados.

Hannoun reclama que os BCs são vistos cada vez mais como sendo capazes de fazer tudo, desde derrubar os juros para próximo de zero ou negativo em termos reais e por longo tempo, a amplas intervenções nos mercados financeiros, em particular na compra gigantesca de ativos.

Os ativos dos BCs dos países desenvolvidos excedem agora 20% do PIB. Isso se explica na Europa, por exemplo, pelo fato de o BCE estar comprando título de dívida soberana e fazendo mega-operações de liquidez a bancos. E isso aumenta seu ativo. Ao mesmo tempo, para pagar essas operações, o BCE cria moeda e isso aparece como passivo. No balanço de banco central, ativo e passivo são operações simultâneas.

Numa situação normal, a inquietação é que mais massa monetária causa inflação, quando mais dinheiro circula na economia e as pessoas começam a fazer mais despesas. Atualmente, na Europa, o aumento da quantidade de moeda não é ainda inflacionário porque os bancos mantêm quase € 800 bilhões em reservas, além do limite necessário, temerosos de enfrentar problemas repentinos.

Nos principais emergentes, os ativos dos BCS agora representam mais de 40% do PIB, numa expansão que se explica sobretudo pela acumulação gigantesca de reservas internacionais. Hannoun nota que na Ásia as moedas valorizaram menos de 20% contra o dólar, enquanto as reservas internacional aumentaram mais de 600%.

“Os bancos centrais podem fornecer liquidez, mas não podem resolver problemas subjacentes de solvência”, diz, numa clara mensagem às operações do BCE fornecendo dinheiro barato para os bancos. E aponta riscos que a “medicina” dos BCs pode trazer.

Para Hannoun, juros extremamente baixos podem encorajar nova rodada de tomada de riscos e alavancagem (endividamento) no setor financeiro, através de operações de “carry-trade” (arbitragem). E as intervenções dos BCS correm o risco de atropelar o limite entre política monetária e formação de preço de ativos, de forma que os mercados financeiros perdem sua capacidade de “descobrir preços”.

O diretor do BIS sugere que os bancos centrais, como guardiões da estabilidade de preços, devem universalmente rejeitar a noção de ser o emprestador de última instância para seus títulos soberanos respectivos, “uma notação que nos traz de volta para a encosta escorregadia de monetização da dívida”.

“Ao tentar fazer tudo, os BCs podem terminar colocando em risco sua principal conquista: a estabilidade de preços. É preciso se criar um novo consenso reconhecendo os limites da política monetaria”, diz Hannoun.

Fonte: Valor Econômico/ Assis Moreira – 05/03/2012

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