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A cada vez mais simplificada transferência eletrônica de dinheiro pela internet é hoje um dos maiores desafios das forças-tarefa dedicadas ao combate à lavagem de dinheiro, terrorismo e crime organizado. A avaliação é do especialista John Solomon, diretor do Programa de Ameaças Transnacionais da World-Check, uma empresa internacional sediada em Londres, dedicada à análise de riscos de pessoas e empresas para o setor financeiro.

Solomon esteve no Rio sexta-feira para o VI Fórum Nacional de Prevenção a Crimes Econômicos promovido pela Associação e Sindicato dos Bancos do Estado do Rio de Janeiro (Aberj/Sberj).

Em entrevista ao Valor antes de sua palestra no evento, Solomon disse que, através de redes sociais como Facebook e MySpace, simpatizantes transferem recursos para organizações terroristas e criminosas, como a Al-Qaeda, usando cartões de crédito pré-pagos, em operações muito simples, pessoa a pessoa, que passam incólumes por regras, leis e reguladores oficiais.

“O problema mais recente surgido com a internet, especialmente no que se refere ao financiamento do terrorismo, é o ‘ website ‘ individual, que permite a doação de dinheiro diretamente usando cartões de crédito”, afirmou Solomon, frisando que os governos não são rápidos o suficiente para captar estas operações e interrompê-las.

Solomon, que também é membro da Unidade Anticorrupção Internacional de Polícia do Departamento Econômico da Cidade de Londres e também do Centro de Pesquisa Internacional sobre Terrorismo e Violência Política na Escola de Estudos Internacionais Rajaratnam, de Cingapura, diz que a solução para o problema não é simples.

Em primeiro lugar, seria necessário mais controle do trânsito de informações via internet, o que encontra forte resistência no mundo ocidental. “Os chineses controlam, mas no Ocidente as sociedades abertas não querem esse controle, então é um grande problema para o qual ainda não existe um consenso internacional.”

Na opinião deste especialista, é necessário haver maior segurança on-line, o que deveria ficar a cargo das próprias companhias de tecnologia, computadores e softwares.

“As empresas de computadores como a Microsoft, por exemplo, podem desenvolver um trabalho para melhor identificar quem está agindo na internet, quem está acessando os ‘ websites ‘ terroristas”.

A World-Check é mantida por mais de 4,5 mil instituições em 160 países, incluindo os 50 maiores bancos do mundo. Seu banco de dados de “pessoas politicamente expostas e indivíduos e entidades de alto risco” é acessado não só por bancos, mas também por governos e órgãos públicos de defesa e ajuda a rastrear operações originárias do crime, além de desvio de recursos públicos por corrupção.

Indagado se, com a crise financeira iniciada em 2008, os bancos diminuíram os controles sobre a lavagem de dinheiro, John Solomon disse que foi justamente o contrário, já que os Estados tomaram o controle de vários bancos quebrados, injetando bilhões para salvá-los. “Ironicamente, depois da recessão econômica, os governos impuseram mais controle ao sistema bancário, mais regulamentação, mais leis, mais regras.”

Fonte: Valor Econômico / Janes Rocha – 31/08/2010

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